

Trump diz que está 'muito irritado' com Putin e ameaça Rússia com mais tarifas
O presidente americano, Donald Trump, afirmou neste domingo (30) que está "muito irritado" e "furioso" com seu homólogo russo, Vladimir Putin, por questionar a liderança de Volodimir Zelensky na Ucrânia, segundo a rede NBC.
Em uma mudança radical de sua postura moderada em relação à Rússia, Trump disse à repórter da NBC Kristen Welker que ficou bravo quando Putin começou a atacar a credibilidade do presidente ucraniano.
Trump ameaçou aplicar novas "tarifas" sobre o petróleo russo e disse que planeja falar com Putin nos próximos dias.
Welker afirmou que Trump ligou para ela para expressar seu descontentamento e, em seu programa de domingo "Meet the Press", ela citou a conversa diretamente.
"Se a Rússia e eu não conseguirmos chegar a um acordo que ponha fim ao derramamento de sangue na Ucrânia, e se me parecer que a culpa é da Rússia", então ele imporia "tarifas secundárias sobre todo o petróleo da Rússia", disse Trump.
O presidente americano explicou à NBC que "tarifas secundárias" significariam que "se você comprar petróleo da Rússia, não poderá fazer negócios nos Estados Unidos".
Welker também indicou que Trump lhe disse que se sentiu "muito irritado, furioso" quando Putin começou a fazer comentários sobre a credibilidade de Zelensky e a falar sobre uma nova liderança para a Ucrânia.
Trump pressiona pelo fim da guerra de mais de três anos entre Rússia e Ucrânia, mas não conseguiu chegar a um cessar-fogo, apesar das negociações com ambos os lados.
Putin rejeitou um plano dos Estados Unidos e da Ucrânia para um cessar-fogo de 30 dias e, na sexta-feira, sugeriu que Zelensky deveria renunciar como parte de um processo de paz.
A Ucrânia acusa a Rússia de atrasar as negociações enquanto continua sua ofensiva militar. Neste fim de semana, houve novos ataques na cidade fronteiriça de Kharkiv, no nordeste da Ucrânia.
Trump disse à NBC que Putin sabe que ele está irritado, mas afirmou que "tem uma relação muito boa" com o líder russo e que "a raiva se dissipa rapidamente (...) se ele (Putin) fizer a coisa certa".
- Aproximação com a Rússia -
A chegada de Donald Trump à Casa Branca e sua aproximação com Moscou preocupam Kiev e seus aliados europeus, que temem um acordo de paz com condições benéficas para Moscou.
As ameaças dos Estados Unidos de cortar sua ajuda militar à Ucrânia encorajaram a ofensiva russa.
Putin, que está no poder há 25 anos e foi eleito diversas vezes sem uma oposição real, propôs na sexta-feira estabelecer uma "administração de transição" na Ucrânia sob a égide da ONU e sem Zelensky.
Desde o início da ofensiva russa, em fevereiro de 2022, Putin justifica a operação na Ucrânia como uma forma de derrubar o governo do país, que ele considera estar sob as ordens do Ocidente, apesar de Zelensky ter sido eleito em eleições legítimas em 2019.
A lei marcial, em vigor desde o início da ofensiva na Ucrânia, impede a realização de eleições em um país castigado por bombardeios diários, com muitos cidadãos destacados para as linhas de frente e outros que fugiram para o exterior.
O próprio Trump teve uma relação complicada com Zelensky, a quem chamou de "ditador" e com quem discutiu ao vivo diante das câmeras durante a visita do presidente ucraniano à Casa Branca no mês passado.
Os Estados Unidos anunciaram, na terça-feira, que Rússia e Ucrânia concordaram em interromper os ataques no Mar Negro, mas Moscou disse que a trégua não entraria em vigor até que os aliados de Kiev suspendessem certas sanções.
K.Costa--IM