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Após erro, família da refém israelense Shiri Bibas confirma entrega do corpo
A família de Shiri Bibas confirmou neste sábado (22) a entrega ao governo de Israel do corpo da refém de origem argentina, cujo cadáver não havia sido devolvido na quinta-feira com os de seus filhos, Ariel e Kfir, também sequestrados pelo Hamas.
As autoridades israelenses denunciaram que o corpo apresentado como o de Shiri Bibas não correspondia a nenhum refém e que os milicianos do Hamas assassinaram as duas crianças "a sangue frio".
O grupo armado islamista que governa Gaza admitiu na sexta-feira um possível "erro" e o Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV) anunciou durante a noite o traslado de novos restos humanos de Gaza para Israel, mas sem informar a quem pertenciam.
"Após o processo de identificação no Instituto de Medicina Forense, esta manhã recebemos a notícia que mais temíamos. Nossa Shiri foi assassinada no cativeiro e agora retornou para casa com seus filhos, marido, irmã e toda sua família para descansar", afirma a família Bibas em um comunicado.
Algumas horas mais tarde, a família explicou em outro comunicado que não recebeu "nenhum detalhe" das autoridades israelenses sobre a maneira como Shiri Bibas e seus filhos Ariel e Kfir morreram em cativeiro em Gaza.
"A família pede que não sejam adicionados mais detalhes ao fato de que Shiri e as crianças foram assassinados por seus sequestradores", afirma a nota.
"A família Bibas quer que o mundo saiba que se tratou de um assassinato, sem mais considerações", acrescenta o texto, que especifica que os parentes não receberam "nenhum detalhe de fontes oficiais" sobre as circunstâncias de sua morte.
A gestão do caso provocou m ambiente de tensão para o acordo de trégua em vigor desde janeiro em Gaza, que, no entanto, prosseguiu neste sábado com uma nova troca de reféns israelenses por prisioneiros palestinos.
Shiri Bibas e seus filhos Ariel e Kfir, de quatro anos e oito meses de idade, viraram símbolos da causa dos reféns sequestrados pelo Hamas durante o ataque contra Israel em 7 de outubro de 2023, que desencadeou a guerra.
O marido de Shiri, Yarden, também foi sequestrado, mas foi libertado no início do mês, e seus pais, o argentino Yossi Silberman e a esposa Margit, foram assassinados no kibbutz de Nir Oz, onde todos moravam.
Antes do comunicado da família, a colônia agrícola de Nir Oz anunciou que Shiri foi "assassinada no cativeiro em Gaza".
'Hoje, depois de 16 meses difíceis e insuportáveis, o doloroso círculo se fechou finalmente para a família', afirma um comunicado.
O movimento islamista palestino encenou na quinta-feira a entrega dos três corpos e responsabilizou Israel pelas mortes em um bombardeio em Gaza.
Após examinar os restos mortais, o Exército israelense acusou o Hamas de ter assassinado as duas crianças "a sangue frio" e "com as próprias mãos".
O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, chamou os integrantes do movimento islamista de "monstros" e prometeu que o Hamas será punido por uma "violação cruel" do acordo de cessar-fogo.
O Hamas admitiu que provavelmente misturou "por erro" o corpo "com outros encontrados sob os escombros" em Gaza, mas insistiu em seu "compromisso total" com a trégua e que não tem interesse em reter cadáveres de reféns.
A.Bruno--IM