Il Messaggiere - Segundo dia de trégua em Gaza após primeira troca de reféns israelenses por prisioneiros palestinos

Segundo dia de trégua em Gaza após primeira troca de reféns israelenses por prisioneiros palestinos
Segundo dia de trégua em Gaza após primeira troca de reféns israelenses por prisioneiros palestinos / foto: JOHN WESSELS - AFP

Segundo dia de trégua em Gaza após primeira troca de reféns israelenses por prisioneiros palestinos

Israel libertou, nesta segunda-feira (20), 90 prisioneiros palestinos, horas depois de o Hamas libertar três reféns israelenses sob um frágil acordo de trégua após 15 meses de uma guerra devastadora na Faixa de Gaza.

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Os primeiros caminhões com ajuda humanitária começaram a entrar no enclave palestino logo após a trégua entrar em vigor no domingo. Um total de 630 veículos entraram em Gaza no primeiro dia do cessar-fogo, de acordo com a ONU.

Após 471 dias de cativeiro, as três reféns israelenses libertadas se encontraram com suas famílias e estão hospitalizadas em "condições estáveis", de acordo com fontes médicas.

Poucas horas depois que as três mulheres cruzaram a fronteira, Israel libertou 90 palestinos da prisão militar de Ofer, na Cisjordânia ocupada, e de um centro de detenção em Jerusalém.

Multidões gritavam, cantavam e buzinavam para recebê-los na cidade de Beitunia, na Cisjordânia.

- "Somente escombros" -

Com a entrada da trégua em vigor, milhares de palestinos deslocados tomaram as estradas em Gaza na esperança de voltar para casa.

O conflito deslocou a grande maioria dos 2,4 milhões de habitantes do território, que ficou em ruínas após 15 meses de confrontos e bombardeios desencadeados pelo ataque do Hamas a Israel em 7 de outubro de 2023.

"Não sobrou nada da nossa casa, apenas escombros, mas é o nosso lar", disse Rana Mohsen, de 43 anos, ao retornar a Jabaliya, no norte do território.

A trégua entrou em vigor na véspera do retorno de Donald Trump à Casa Branca, que tem pressionado Israel a concluir o acordo.

A primeira fase do acordo prevê a libertação de cerca de 1.900 palestinos presos por Israel em troca de 33 reféns israelenses mantidos em Gaza.

O exército israelense também deve se retirar de uma área do território palestino.

- Próxima libertação no sábado -

As três reféns libertadas pelo Hamas no domingo — Emily Damari, uma israelense-britânica de 28 anos; Romi Gonen, de 24 anos, e a israelense-romena Doron Steinbrecher, de 31 — foram entregues à Cruz Vermelha durante uma cena caótica em uma praça lotada da Cidade de Gaza, entre milicianos armados.

O porta-voz do exército israelense, o contra-almirante Daniel Hagari, disse que "três a quatro mulheres sequestradas" seriam "libertadas a cada semana".

Um alto funcionário do Hamas, falando sob condição de anonimato, disse à AFP que a próxima libertação de reféns israelenses ocorreria "no próximo sábado".

O cessar-fogo também aumenta as esperanças de uma paz duradoura no território governado pelo Hamas, embora o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, tenha dito no sábado que Israel se reserva "o direito de retomar a guerra".

O braço armado do Hamas afirmou que a trégua dependia de Israel "cumprir seus compromissos".

- "Tarefa complexa" -

A primeira fase da trégua envolverá negociações sobre os termos da segunda fase, que deve permitir a libertação dos últimos reféns. A terceira e última parte será dedicada à reconstrução de Gaza e à devolução dos corpos dos reféns que morreram no cativeiro.

A trégua é acompanhada pela entrada de ajuda humanitária em Gaza, que está sob cerco total de Israel desde o início da guerra, com uma meta de 600 caminhões por dia.

A guerra também devastou a infraestrutura de saúde da Faixa de Gaza e a Organização Mundial da Saúde (OMS) alertou no domingo que será necessário um "acesso sistemático" ao território para atender às necessidades da população.

"Restabelecer o sistema de saúde em Gaza será uma tarefa complexa e difícil, dada a escala da destruição, a complexidade operacional e as restrições presentes", disse o diretor da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, no X.

O ataque do Hamas em 7 de outubro de 2023 matou 1.210 pessoas em Israel, a maioria civis, de acordo com uma contagem da AFP baseada em dados oficiais.

Das 251 pessoas sequestradas naquele dia, 91 ainda estão detidas em Gaza, e acredita-se que 34 delas tenham morrido, de acordo com o exército israelense.

Em resposta ao ataque, Israel lançou uma campanha aérea e terrestre na Faixa de Gaza que custou a vida de pelo menos 46.913 pessoas, a maioria civis, de acordo com dados do Ministério da Saúde administrado pelo Hamas, considerados confiáveis pela ONU.

T.Abato--IM