Opositores russos se manifestam em Berlim contra Putin e guerra na Ucrânia
Ao menos mil opositores russos no exílio, liderados por Yulia Navalnaya, denunciaram neste domingo (17), em Berlim, a guerra na Ucrânia e o presidente Vladimir Putin, em uma marcha que busca reativar um movimento enfraquecido pela repressão e pelos desentendimentos internos.
A manifestação na capital alemã, onde vivem vários exilados e opositores russos, começou com slogans como "Não à guerra", "Rússia sem Putin" ou "Rússia será livre".
De acordo com os organizadores, quase 2.000 pessoas participaram da marcha, que terminou em frente à embaixada da Rússia na Alemanha.
A oposição, que perdeu em fevereiro sua principal figura, Alexei Navalny, que morreu em circunstâncias suspeitas na prisão, foi praticamente erradicada na Rússia por uma repressão sistemática que prendeu milhares de pessoas nos últimos anos.
A manifestação em Berlim foi convocada por três opositores destacados no exílio: Yulia Navalnaya, viúva de Navalny; o ex-deputado municipal de Moscou, Ilia Yashin, recentemente libertado; e Vladimir Kara-Murza, um crítico do Kremlin que sobreviveu à prisão e a duas tentativas de envenenamento.
"A marcha visa unir todos aqueles que se opõem à guerra agressiva de Vladimir Putin na Ucrânia e às repressões políticas na Rússia", disseram os organizadores em um comunicado.
A manifestação exige a "retirada imediata" das tropas russas da Ucrânia, a destituição de Putin e seu julgamento como "criminoso de guerra" e a libertação de todos os prisioneiros políticos detidos na Rússia.
A oposição no exílio também foi enfraquecida por vários escândalos, como o ataque a marteladas contra um aliado de Navalny, que atribui a agressão à corrente do ex-oligarca Mikhail Khodorkovsky.
Por sua vez, a fundação anticorrupção de Navalny foi acusada de encobrir operações de banqueiros corruptos na Rússia.
As últimas grandes manifestações da oposição na Rússia datam de março deste ano, quando milhares de pessoas compareceram ao funeral de Navalny, apesar dos riscos; e de fevereiro de 2022, para denunciar o início da invasão à Ucrânia.
R.Marconi--IM