Donald Trump responde latinos e Kamala Harris se aventura na Fox News
Donald Trump participará nesta quarta-feira (16) de uma sessão de perguntas e respostas com eleitores latinos, enquanto sua adversária Kamala Harris se arrisca na boca do lobo com uma entrevista na Fox News.
O ex-presidente e candidato republicano às eleições presidenciais dos Estados Unidos de 5 de novembro tem conseguido conquistar votos latinos desde que entrou na política.
A maioria desse eleitorado vota nos democratas, mas existe "uma brecha muito significativa" entre mulheres e homens, com os últimos apoiando quase igualmente ele e a vice-presidente Kamala Harris, afirmou nesta quarta Arturo Vargas, diretor do Fundo Educativo da Associação Nacional de Funcionários Latinos Eleitos e Designados (Naleo), em coletiva de imprensa.
Pelo menos 17,5 milhões de latinos votarão nessas eleições, o que pode fazer a diferença, sobretudo nos chamados estados-pêndulo, que não se inclinam por nenhum partido.
À noite, Trump, de 78 anos, responderá às perguntas de eleitores reunidos em Miami pela Univisión, a maior rede de televisão em espanhol dos Estados Unidos.
Especialmente combativa, a equipe de campanha da democrata se adiantou com uma coletiva de imprensa na Flórida.
Nela, várias vítimas da política migratória rigorosa do ex-presidente, que permitiu a separação de famílias na fronteira com o México, expressaram medo de uma vitória do magnata, que ameaça deportar migrantes em situação irregular.
Tanto ele quanto sua adversária estão dispostos a sair de sua zona de conforto e usar toda a artilharia midiática. Sabem que o tempo é curto e estão empatados nas pesquisas.
A Fox News, canal favorito dos conservadores, exibiu nesta quarta-feira uma sessão de perguntas e respostas de Trump com o eleitorado feminino, no qual ele abordou os direitos reprodutivos, um ponto fraco de sua campanha.
- 'Sou o pai da FIV' -
"Quero falar da FIV. Sou o pai da FIV, então quero ouvir essa pergunta", declarou o republicano sobre a fertilização in vitro, na Geórgia, um dos estados-chave.
"Do que está falando?", questionou Kamala na rede social X. "Suas proibições ao aborto já colocaram em risco o acesso a ele em estados de todo o país, e sua própria plataforma poderia acabar com a FIV por completo", acrescentou.
Em coletiva de imprensa, a equipe da democrata lembrou o caso de Amber Thurman, uma jovem de 28 anos com um filho que morreu na Geórgia após receber atendimento médico tardio por complicações relacionadas a um aborto farmacológico.
Sobre o direito ao aborto, Trump disse na Fox News que acredita "firmemente" em exceções à sua proibição, como "o estupro, o incesto, o perigo à vida da mãe", mas que cada mulher "deve ouvir seu coração".
O ex-presidente se orgulha de ter nomeado para a Suprema Corte os juízes que extinguiram a proteção federal do direito ao aborto em 2022, deixando nas mãos de cada estado a possibilidade de legislar localmente sobre o tema.
Mas, ao mesmo tempo, faz equilibrismo para tentar não alienar grande parte do eleitorado feminino.
- 'Bom senso' -
A campanha de Kamala voltou ao ataque, desta vez com um anúncio publicitário mostrando o depoimento de Hadley Duvall, que engravidou aos 12 anos após anos de abuso sexual por parte de seu padrasto.
À tarde, a vice-presidente de 59 anos se arrisca com uma entrevista na Fox News com o veterano jornalista Bret Baier.
Antes, fez um comício em Washington Crossing, no estado-pêndulo da Pensilvânia, onde voltou a chamar Trump de "instável" e "perturbado".
"Assumo o compromisso de ser uma presidente que trabalhe ativamente para nos unir em torno de nossas mais altas aspirações", como a defesa da Constituição, e a ser "realista e prática" e com "bom senso", disse.
Aos 100 anos, o ex-presidente dos Estados Unidos Jimmy Carter emitiu seu voto antecipado na candidata democrata nesta quarta.
N.Baggi--IM