Il Messaggiere - Novos bombardeios israelenses no Líbano deixam quase 60 mortos

Novos bombardeios israelenses no Líbano deixam quase 60 mortos
Novos bombardeios israelenses no Líbano deixam quase 60 mortos / foto: Ibrahim AMRO - AFP

Novos bombardeios israelenses no Líbano deixam quase 60 mortos

O exército israelense realizou novos bombardeios contra o Hezbollah no Líbano, que deixaram quase 60 mortos neste domingo (29), dois dias depois de ter assassinado o líder do movimento islamista libanês, Hassan Nasrallah, junto com dezenas de outros membros do grupo em outro ataque.

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Em outra frente, Israel disse ter atingido alvos dos rebeldes huthis no oeste do Iêmen, depois que esses insurgentes pró-Irã reivindicaram o lançamento de um míssil contra o aeroporto de Tel Aviv.

Esses bombardeios resultaram em quatro mortes, segundo meios de comunicação dos rebeldes iemenitas.

"Nenhum lugar está longe demais" para Israel, advertiu o ministro israelense da Defesa, Yoav Gallant, após os bombardeios.

Mantendo a pressão militar contra o Hezbollah, uma formação xiita pró-Irã, o exército israelense indicou que atingiu 120 alvos no Líbano.

Correspondentes da AFP ouviram uma forte explosão e viram colunas de fumaça surgindo dos subúrbios do sul de Beirute, bastião do Hezbollah, onde Nasrallah morreu em um bombardeio israelense que destruiu edifícios inteiros.

O corpo do líder do movimento libanês "foi encontrado no sábado e foi envolto em um sudário", disse uma fonte próxima à organização, acrescentando que ainda não foi marcada a data do funeral.

No sul do Líbano, 32 pessoas morreram em ataques perto de Sidon, e no leste do país, pelo menos 25 faleceram, segundo o Ministério da Saúde libanês. Nas últimas 48 horas, 14 socorristas morreram em ataques israelenses, de acordo com a mesma fonte.

- Guerra total "deve ser evitada" -

O exército israelense afirmou ter matado na sexta-feira, junto com Nasrallah, mais de 20 membros do Hezbollah de diversos escalões presentes no quartel-general subterrâneo situado sob prédios civis.

O Irã informou que um importante comandante da Guarda Revolucionária, o exército ideológico da República Islâmica, também morreu no ataque de sexta-feira. Sua morte "não ficará sem resposta", advertiram as autoridades iranianas.

O Hezbollah, financiado e armado pelo Irã, foi criado em 1982 durante a guerra civil no Líbano, por iniciativa da Guarda Revolucionária do Irã.

A morte de Nasrallah, que era considerado o homem mais poderoso do Líbano, constitui uma grande vitória de Israel frente a seu arqui-inimigo Irã e seus aliados, mas empurra a região para um terreno desconhecido.

O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, afirmou neste domingo que uma guerra total no Oriente Médio "deve ser evitada" e o ministro das Relações Exteriores da França, Jean-Noël Barrot, chegou ao Líbano para "conversar com as autoridades locais e fornecer apoio, especialmente humanitário".

Apesar dos incessantes ataques de Israel, o Hezbollah continua lançando foguetes contra o território israelense.

"Temos medo de uma escalada total", disse Matan Sofer, um morador da localidade israelense de Rosh Pina, que fica a 30 km da fronteira com o Líbano.

- "Até um milhão de deslocados" -

Nasrallah, de 64 anos, era venerado entre a comunidade xiita no Líbano. Líder do Hezbollah desde 1992, vivia na clandestinidade há anos e raramente aparecia em público.

Seu primo Hashem Safieddine, figura de destaque do poderoso movimento pró-Irã, é considerado seu possível sucessor.

Ao ser questionado sobre as consequências para os civis dos bombardeios israelenses em Gaza e no Líbano, o papa Francisco respondeu: "Um país que utiliza a força para agir dessa maneira, seja qual for, que age de maneira tão excessiva, [se presta a] ações imorais".

O Irã pediu, por sua vez, uma reunião de urgência do Conselho de Segurança da ONU para evitar "uma guerra total" na região.

O primeiro-ministro libanês, Najib Mikati, indicou que cerca de um milhão de pessoas poderiam ter sido deslocadas pelos ataques israelenses no Líbano.

"Pode ser o maior deslocamento populacional da história do Líbano", declarou.

Segundo a ONU, os bombardeios israelenses obrigaram 50.000 pessoas a fugir do Líbano para a Síria, e mais de 200.000 estão deslocadas dentro do país.

- "Difícil dilema" para o Irã -

A morte de Nasrallah é um duro golpe para o Hezbollah, que precisa decidir se responde e também levanta desafios para o Irã, segundo especialistas.

O assassinato "não mudou o fato de que o Irã segue sem querer se envolver diretamente" no atual conflito, apontou Ali Vaez, do International Crisis group. Mas coloca o Irã diante de um "difícil dilema", acrescentou.

O Hezbollah abriu um frente contra Israel em apoio a seu aliado Hamas na guerra na Faixa de Gaza, desencadeada pelo ataque do movimento palestino em solo israelense em 7 de outubro de 2023.

Após um ano de confrontos transfronteiriços, o exército lançou há quase uma semana uma campanha de bombardeios maciços contra o Hezbollah no Líbano.

Israel afirma que busca restabelecer a segurança no norte do país, alvo dos disparos do Hezbollah, e permitir o retorno de dezenas de milhares de habitantes que fugiram de suas casas.

T.Zangari--IM