Il Messaggiere - Clima 'hostil' com imprensa durante governo Milei deixa veículos argentinos em alerta

Clima 'hostil' com imprensa durante governo Milei deixa veículos argentinos em alerta
Clima 'hostil' com imprensa durante governo Milei deixa veículos argentinos em alerta / foto: JUAN MABROMATA - AFP/Arquivos

Clima 'hostil' com imprensa durante governo Milei deixa veículos argentinos em alerta

Os veículos de comunicação argentinos expressaram nesta sexta-feira (20), em sua reunião anual, preocupação com o clima de "hostilidade" e "difamação" em relação à imprensa durante a presidência de Javier Milei, e temem que isso abra as portas para a violência física.

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“A propensão do presidente a insultar jornalistas e meios de comunicação prejudica o debate democrático", alerta em seu relatório sobre a liberdade de imprensa a Associação de Entidades Jornalísticas Argentinas (Adepa), que reúne 180 veículos.

"As acusações e os insultos presidenciais alimentam um exército de trolls - sob a proteção do anonimato e de um financiamento encoberto - que multiplicam as agressões verbais e abrem caminho para a violência física. Esse clima hostil estimula a autocensura e prejudica a atividade jornalística”, ressalta o texto.

A associação contabilizou nos últimos dois meses mais de 50 casos de jornalistas e veículos que foram alvo de “acusações infundadas e desqualificações estigmatizantes”.

O presidente Milei, que assumiu o cargo em dezembro, costuma criticar os veículos ou jornalistas que não são gentis com suas políticas e questioná-los em seus discursos, entrevistas ou na rede social X.

A Adepa também denunciou “os numerosos ataques a jornalistas durante coberturas de manifestações" no ultimo semestre e condenou “as agressões sofridas por cronistas atingidos por balas de borracha de forças policiais e golpes e insultos de manifestantes" durante uma manifestação em frente ao Congresso em fevereiro.

A associação considerou preocupante um decreto publicado neste mês que modifica uma lei que garante desde 2016 o acesso à informação pública. "Tratam-se de alterações que, por sua ambiguidade e amplitude, vão de encontro ao espírito de uma norma que consagra princípios de ‘divulgação máxima’”, ressalta o relatório. "A transparência é a regra; o sigilo é a exceção."

L.Marino--IM