Il Messaggiere - Opositora Machado vê possibilidade de países vizinhos conseguirem neogociação 'efetiva' na Venezuela

Opositora Machado vê possibilidade de países vizinhos conseguirem neogociação 'efetiva' na Venezuela
Opositora Machado vê possibilidade de países vizinhos conseguirem neogociação 'efetiva' na Venezuela / foto: Federico PARRA - AFP/Arquivos

Opositora Machado vê possibilidade de países vizinhos conseguirem neogociação 'efetiva' na Venezuela

A líder opositora venezuelana María Corina Machado afirmou nesta quarta-feira (7) que não descarta a possibilidade de que Colômbia, Brasil e México consigam estabelecer uma solução "efetiva" para a Venezuela por meio de uma negociação após a crise desencadeada pela contestada reeleição do presidente Nicolás Maduro.

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"Eu não descarto que esta iniciativa possa efetivamente estabelecer os termos de uma negociação clara, firme e efetiva", disse em entrevista a meios de comunicação locais, ao ser questionada sobre uma mediação de Brasil, Colômbia e México.

"Também não descarto que, além desses facilitadores, outros países possam se incorporar", acrescentou Machado, que denuncia fraude na eleição de 28 de julho e afirma ter as atas que comprovam a vitória de seu candidato, Edmundo González Urrutia.

Os governos dos presidentes de esquerda Luiz Inácio Lula da Silva, Andrés Manuel López Obrador e Gustavo Petro estão realizando esforços diplomáticos para buscar soluções para a crise desencadeada após as eleições.

Machado, que não pôde participar das eleições devido a uma inabilitação política, afirmou que "indiscutivelmente" os líderes desses países têm um "canal de comunicação" com o governo de Maduro que outros não têm.

"Acho que eles se mantiveram em uma posição prudente para manter essa interlocução", apontou.

O Conselho Nacional Eleitoral (CNE) venezuelano, alinhado ao governo, proclamou Maduro como presidente reeleito para um terceiro mandato com 51% dos votos, mas ainda não divulgou informações detalhadas sobre os resultados nem publicou as atas eleitorais.

Após a votação, eclodiram protestos em Caracas e outras cidades que resultaram em 2.200 detidos, segundo o governo, e cerca de 24 mortos, segundo ONGs de Direitos Humanos.

As manifestações se dispersaram com o passar dos dias em meio a denúncias de forte repressão por parte das forças de segurança.

Além disso, o Ministério Público abriu uma investigação penal contra Machado e González por "incitação à insurreição" após pedirem apoio às Forças Armadas.

Machado reiterou que, embora a repressão tenha sido "maciça", a oposição continuará "avançando".

"Aqui ninguém está recuando e ninguém está desmoralizado. Pelo contrário, estamos empenhados em cumprir as próximas etapas, aumentar a pressão externa, o momentum, e levar Maduro a reconhecer (...) os termos de uma negociação para uma transição ordenada", sustentou.

C.Abatescianni--IM