Il Messaggiere - Promotoria diz ter 'fortes evidências' contra Trump na reta final de julgamento em NY

Promotoria diz ter 'fortes evidências' contra Trump na reta final de julgamento em NY
Promotoria diz ter 'fortes evidências' contra Trump na reta final de julgamento em NY / foto: JUSTIN LANE - POOL/AFP

Promotoria diz ter 'fortes evidências' contra Trump na reta final de julgamento em NY

Donald Trump participou de "conspiração e acobertamento" para esconder um escândalo sexual em sua campanha às presidenciais de 2016, afirmou a Promotoria de Nova York aos jurados nesta terça-feira (28), nas alegações finais do primeiro julgamento penal contra um ex-presidente dos Estados Unidos.

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Após seis semanas de intensos debates e a pouco menos de seis meses das presidenciais de novembro, o julgamento em que Trump é acusado de falsificar documentos contábeis para esconder o pagamento a uma atriz pornô em troca de seu silêncio entrou na reta final.

O promotor Joshua Steinglass apresentou as argumentações da acusação depois que a defesa do ex-presidente insistiu em sua inocência e disse que o caso se baseia em mentiras.

Steinglass pediu ao júri para "se desconectar do barulho e ignorar as distrações".

"Se o fizeram, verão que foram apresentadas fortes evidências de culpa do acusado", afirmou o promotor.

A Promotoria afirma que o 45º presidente dos Estados Unidos (2017-2020) falsificou documentos contábeis de sua empresa, a Trump Organization, para ocultar um pagamento de US$ 130 mil (R$ 672 mil na cotação atual) à ex-atriz pornô Stormy Daniels e evitar um escândalo sexual ao final de sua campanha de 2016, quando derrotou a democrata Hillary Clinton por uma margem apertada.

O promotor Steinglass disse que a versão de Daniels sobre o caso extraconjugal - que remonta a 2006 e cujos detalhes foram expostos pela atriz durante o julgamento - foi o que "motivou" o cometimento do suposto crime, mas "o caso em essência é sobre uma conspiração e um acobertamento".

"Sua história é confusa, faz com que as pessoas se sintam incômodas ouvindo-a", afirmou. "Essa é a exposição perante o povo americano que o réu queria evitar", acrescentou o promotor.

- "Trump é inocente" -

Steinglass dirigiu-se ao júri depois que o advogado de Trump, Todd Blanche, lhes disse que o julgamento "não é um referendo de suas ideias sobre Trump" ou "sobre em quem pensam votar em 2024".

Segundo Blanche, a Promotoria não conseguiu provar suas acusações, e o único resultado deveria ser "um veredicto simples e rápido de inocência".

"O presidente Trump é inocente", afirmou.

Blanche dedicou boa parte de sua fala a atacar Michael Cohen, ex-advogado e ex-homem de confiança de Trump, que hoje se tornou o seu principal acusador.

Cohen afirma que por ordem de seu chefe pagou Daniels do próprio bolso "para garantir que a história não fosse revelada e não afetasse as possibilidades de Donald Trump de se tornar o presidente dos Estados Unidos". Segundo a acusação, o dinheiro lhe foi reembolsado por meio de notas falsas e registros disfarçados de "honorários legais" nas contas da Trump Organization.

Cohen "lhes disse uma quantidade de coisas do estrado de testemunhas que eram mentiras puras e simples", afirmou Blanche. "Não posso condenar Trump por nenhum crime para além da dúvida razoável baseando-se na palavra de Cohen", acrescentou.

O republicano estava "ocupado governando o país" quando os reembolsos foram feitos a Cohen, disse Blanche, afirmando que ocasionalmente olhava alguns "recibos e faturas e outros não".

"Não houve intenção de cometer fraude e, além disso, não houve conspiração para influenciar a eleição de Trump em 2016", declarou o advogado, garantindo que o seu cliente "não cometeu nenhum crime".

Steinglass replicou, afirmando que o testemunho de Cohen não é a totalidade do caso e que há "uma montanha de evidências" que corroboram a culpa do ex-presidente.

"Este caso não é sobre Michael Cohen. É sobre Donald Trump e se ele deveria ser responsabilizado", acrescentou o promotor.

- Veredicto unânime -

Antes de chegar ao tribunal de Manhattan, nesta terça, Trump disse aos jornalistas: "Este é um dia muito perigoso para os Estados Unidos. É um dia muito triste".

"Este caso nunca devia ter ocorrido", protestou o magnata, acompanhado dos filhos, Donald, Eric e Tiffany.

Após as alegações finais, espera-se que os jurados comecem sua deliberação na quarta-feira.

Se o júri não chegar a um veredicto por consenso, o julgamento terá que ser repetido.

Se for declarado culpado, o candidato presidencial, de 77 anos, poderá apelar e, de qualquer forma, se candidatar em novembro.

O ator Robert De Niro, ativista político e crítico de Trump, fez uma aparição do lado de fora do tribunal nesta terça e chamou o bilionário de "palhaço" e "tirano".

"Quando Trump se candidatou em 2016, foi como uma piada", disse De Niro à imprensa. "Temos uma segunda chance e agora ninguém está rindo. Este é o momento de detê-lo", acrescentou em uma intervenção organizada pela campanha do atual presidente Joe Biden.

Z.Bianchi--IM