Il Messaggiere - Chega ao fim etapa de depoimentos em julgamento de Trump, que não deu declarações

Chega ao fim etapa de depoimentos em julgamento de Trump, que não deu declarações
Chega ao fim etapa de depoimentos em julgamento de Trump, que não deu declarações / foto: Michael M. Santiago - POOL/AFP

Chega ao fim etapa de depoimentos em julgamento de Trump, que não deu declarações

O ex-presidente americano Donald Trump decidiu não testemunhar em seu julgamento por falsificação de documentos contábeis em Nova York, que concluiu sua etapa de depoimentos nesta terça-feira (21) e se aproxima de um veredito.

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Depois de cinco semanas, 19 depoimentos, centenas de documentos e até declarações de conteúdo sexual explícito, o primeiro julgamento criminal contra um ex-presidente dos Estados Unidos se aproxima do fim.

O juiz Juan Merchan anunciou que a partir da próxima semana terão início as alegações finais e a deliberação do júri.

"Na (próxima) terça-feira serão ouvidas as alegações" da defesa e da acusação, "e espero que comecem a deliberar" no dia seguinte, disse Merchan aos jurados.

Antes do início do julgamento, em 15 de abril, Trump garantiu que testemunharia para "dizer a verdade", algo que acabou não fazendo.

O júri deve decidir por unanimidade se Trump é culpado por 34 falsificações contábeis relacionadas ao pagamento de 130 mil dólares (R$ 664 mil) à ex-atriz pornô Stormy Daniels para comprar seu silêncio e evitar um possível escândalo na reta final de sua campanha para as eleições presidenciais de 2016.

A atriz, cujo nome de registro é Stephanie Clifford, afirma ter tido uma relação sexual com Trump em 2006, quando ele já era casado com sua atual esposa, Melania. O magnata nega.

- Por unanimidade -

Embora o julgamento não seja transmitido ao vivo pela televisão devido à lei nova-iorquina, o iminente veredito representa um momento delicado para Trump, que deseja voltar à Casa Branca nas eleições de novembro, nas quais enfrentará o democrata Joe Biden mais uma vez.

Para que o candidato republicano seja declarado culpado é necessária uma decisão unânime dos jurados.

"Todo mundo diz que não há crime (…) Todos os especialistas dizem que não há crime e que não fiz nada de errado", disse Trump, ao chegar ao tribunal nesta terça-feira.

Mesmo se for condenado, o republicano, que tem 77 anos, ainda poderá concorrer à Presidência.

Os interrogatórios terminaram com uma testemunha da defesa, o advogado Robert Costello, um veterano dos tribunais que no dia anterior questionou a versão do principal acusador, o ex-advogado pessoal e homem de confiança de Trump, Michael Cohen.

Essa última testemunha, que havia começado a depor já na segunda-feira, deixou o normalmente imperturbável juiz Merchan fora de si.

Falando de maneira familiar e teatral, sem esconder seu desespero com as intervenções do magistrado, Costello foi advertido e chamado à ordem.

- Testemunha importante e conteúdo sexual explícito -

Ao longo do processo, os advogados de Trump buscaram desacreditar o ex-advogado Cohen, retratando-o como um ex-funcionário que busca vingança.

Cohen incriminou diretamente seu antigo chefe, afirmando que ele se ocupou do pagamento a Daniels e Trump aprovou seu reembolso.

Para a acusação, a questão central é que ocultou essa transferência como "gastos legais" nas contas da Trump Organization.

A defesa do ex-presidente, por sua vez, enfatizou o histórico de enganos do ex-advogado, que foi condenado a três anos de prisão em 2018 por mentir ao Congresso e fraude eleitoral e fiscal neste caso.

O julgamento intercalou momentos mais técnicos e outros mais efervescentes, sobretudo com o depoimento da ex-atriz pornô Daniels, que contou com riqueza de detalhes o suposto encontro sexual com o ex-mandatário, revelando a roupa íntima que ele estava usando, a posição sexual e que não usou preservativo.

Trump acabou não prestando depoimento, como previram muitos especialistas, provavelmente para evitar se expor a um interrogatório impiedoso de parte da Promotoria.

O ex-presidente afirma que o processo tem viés político e reclamou diversas vezes que a obrigatoriedade de comparecer às audiências no tribunal de Nova York o impede de fazer campanha.

Não me "permitem fazer nada de política porque estive sentado em uma sala fria e escura (no tribunal) nas últimas quatro semanas. É muito injusto", afirmou a jornalistas na segunda-feira.

H.Gallo--IM