Il Messaggiere - Lula diz que país não estava preparado para desastre no Sul, que enfrenta novas cheias

Lula diz que país não estava preparado para desastre no Sul, que enfrenta novas cheias
Lula diz que país não estava preparado para desastre no Sul, que enfrenta novas cheias / foto: Anselmo Cunha - AFP

Lula diz que país não estava preparado para desastre no Sul, que enfrenta novas cheias

Novas cheias de rios e lagos prolongaram hoje o drama no Sul do país, aonde o presidente Luiz Inácio Lula da Silva viajará na próxima quarta-feira (15), após reconhecer, em reunião com o ministro Fernando Haddad e com o governador Eduardo Leite, que as autoridades não estavam preparadas para uma catástrofe dessa dimensão.

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O número de vítimas da catástrofe climática que atinge o Rio Grande do Sul voltou a aumentar hoje, com 147 mortos, 127 desaparecidos e 806 feridos. Seiscentas mil pessoas tiveram que deixar suas casas, segundo a Defesa Civil.

Lula suspendeu uma viagem oficial ao Chile prevista para os próximos dias 17 e 18, diante da necessidade de acompanhar a situação, informou a Presidência.

Apesar da redução das chuvas, Eduardo Leite pediu que os moradores não voltem para casa, principalmente em Porto Alegre e seus arredores, onde o nível do rio Guaíba pode atingir um novo recorde.

O nível do rio, em cujas margens se situam em cidades devastadas, superou 5 metros pela primeira vez desde a última quinta-feira e segue aumentando, devido às chuvas do fim de semana. Segundo a Defesa Civil, ele pode ultrapassar o pico histórico de 5,35 metros atingido no último dia 5.

- Ajuda para recomeçar -

Diante da cheia do Guaíba, a Prefeitura de Porto Alegre ergueu uma barreira com sacos de areia em uma avenida do centro, para evitar que a enchente atinja uma estação de bombeamento de água, o que poderia piorar o serviço, já precário, em cerca de 30 bairros da cidade.

Mais de 77 mil pessoas estão em abrigos montados em escolas, clubes e outros estabelecimentos devido ao desastre, que especialistas e o governo vinculam às mudanças climáticas e ao fenômento El Niño. A situação vai se complicar com a chegada de uma frente fria, alertou hoje a agência meteorológica MetSul.

Autoridades trabalham para distribuir suprimentos e doações enviados de todo o país e do exterior. As famílias mais afetadas vão receber 2 mil reais para começar a reconstruir suas vidas, anunciou Eduardo Leite.

- Indígenas afetados -

Lula anunciou uma proposta, que tem que ser aprovada no Congresso, para suspender por 36 meses o pagamento da dívida do Rio Grande do Sul com a União, que, segundo Leite, tornou-se “um torniquete insuportável” diante da tragédia.

A vida no estado mudou abruptamente, com quase 360.000 estudantes sem aulas e o atendimento médico sendo realizado em hospitais de campanha. Rodovias importantes continuam total ou parcialmente bloqueadas.

Jornalistas da AFP constataram o bloqueio de uma via de acesso a Lajeado, na região do Vale do Taquari, fortemente atingida no centro do estado. O aeroporto internacional Salgado Filho segue debaixo d'água.

- Efeito na Argentina -

O fluxo da água no Sul teve impacto em outros países da Bacia do Rio da Prata. Cerca de 600 pessoas foram evacuadas na província argentina de Entre Ríos devido a inundações causadas pela cheia do rio Uruguai, segundo autoridades.

Moradores da zona ribeirinha de Concordia foram levados para centros de assistência ou domicílios particulares. O prefeito Francisco Azcué informou que o pico da cheia é esperado para amanhã e pediu calma à população.

M.Fierro--IM