Il Messaggiere - Ramón Fonseca, um dos chefes do escritório de advocacia dos 'Panama Papers', morre aos 71 anos

Ramón Fonseca, um dos chefes do escritório de advocacia dos 'Panama Papers', morre aos 71 anos
Ramón Fonseca, um dos chefes do escritório de advocacia dos 'Panama Papers', morre aos 71 anos / foto: MARTIN BERNETTI - AFP

Ramón Fonseca, um dos chefes do escritório de advocacia dos 'Panama Papers', morre aos 71 anos

O advogado panamenho Ramón Fonseca, um dos chefes do escritório de advocacia protagonista dos "Panama Papers", morreu devido a problemas de saúde enquanto aguardava a sentença no julgamento deste escândalo que chocou o mundo em 2016, informou a sua advogada à AFP nesta quinta-feira (9).

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"Ontem à noite o advogado Fonseca morreu, estava internado, por isso não compareceu ao julgamento", que começou em 8 de abril, disse Guillermina Mc Donald, advogada do extinto escritório, centro do escândalo que revelou como personalidades de todo o mundo ocultaram dinheiro.

McDonald, que não informou detalhes sobre as causas da morte, acrescentou que Fonseca, de 71 anos, morreu em um hospital na Cidade do Panamá.

Ele e seu colega Jürgen Mossack, nascido na Alemanha, mas residente no Panamá há décadas, criaram o escritório de advocacia panamenho Mossack Fonseca. A Promotoria pediu 12 anos de prisão para cada um deles por lavagem de dinheiro, durante o julgamento, cujas audiências terminaram na Cidade do Panamá em 19 de abril.

Fonseca não compareceu às audiências porque estava hospitalizado, disse a advogada durante o julgamento.

Em 3 de abril de 2016, o Consórcio Internacional de Jornalistas Investigativos (ICIJ, na sigla em inglês) publicou os "Panama Papers".

A investigação, baseada em milhões de documentos procedentes do escritório Mossack Fonseca, revelou como personalidades mundiais da política, do esporte e da cultura ocultaram propriedades, empresas, bens e lucros para evadir os impostos ou lavar dinheiro.

Para isso, criaram empresas opacas, através do escritório de advocacia panamenho, para abrir contas bancárias e criar fundações de fachada em vários países com o objetivo de ocultar o dinheiro, em alguns casos proveniente de atividades ilícitas, segundo a investigação.

O presidente da Rússia, Vladimir Putin, e os ex-governantes de Islândia, Sigmundur David Gunnlaugsson; Paquistão, Nawaz Sharif; Reino Unido, David Cameron; e Argentina, Mauricio Macri; além do astro argentino do futebol Lionel Messi foram alguns dos nomes citados na época.

Segundo o Ministério Público, Mossack e Fonseca são responsáveis de facilitar, através do escritório, a criação de sociedades opacas nas quais diretores da multinacional alemã Siemens depositaram milhões de euros à margem da contabilidade real da companhia.

Esse "caixa 2" teria sido utilizado para esconder dinheiro procedente do pagamento de comissões.

"Realmente houve uma grande injustiça (...) Reitero que tanto o meu parceiro como todas as pessoas que trabalharam comigo foram pessoas sérias, honestas e corretas", declarou Mossack no seu argumento final em 19 de abril.

Devido ao escândalo, o escritório da Mossack Fonseca fechou, enquanto a imagem internacional do Panamá, acusado de ser um paraíso fiscal, foi gravemente afetada.

U.Sparacello--IM