Rússia bombardeia clínica na Ucrânia e é alvo de ataques na região de fronteira
A Rússia bombardeou uma clínica na cidade ucraniana de Dnipro com mísseis, nesta sexta-feira (26), uma ação que deixou um morto e mais de 20 feridos, ao mesmo tempo em que o território russo perto da fronteira foi alvo de disparos de artilharia.
"Ataque com mísseis contra uma clínica na cidade de Dnipro. Uma pessoa morreu", escreveu no Telegram o presidente ucraniano, Volodimir Zelensky, após uma noite de ataques aéreos russos em outros pontos do país, incluindo Kiev.
O comandante da administração militar regional, Serguei Lysak, informou que a vítima fatal era um pedestre de 69 anos e que 23 pessoas ficaram feridas, incluindo duas crianças de três e seis anos, que foram hospitalizadas.
Zelensky publicou um vídeo que mostra edifícios destruídos pelo ataque.
A imprensa local divulgou vídeos das equipes de emergência ajudando várias pessoas, com sangue no rosto, a fugirem da clínica por corredores repletos de escombros.
"Outro ataque russo com mísseis, outro crime contra a humanidade", afirmou Zelensky.
Lysak destacou que a região, no centro da Ucrânia, foi alvo de "ataques em larga escala" durante a noite, "com mísseis e drones".
Kiev informou que, durante a noite, sofreu o 13º ataque aéreo russo desde o início do mês, desta vez com mísseis de cruzeiro lançados por bombardeiros Tu-95MS posicionados no Mar Cáspio.
"De acordo com as informações preliminares, todos os projéteis do inimigo no espaço aéreo de Kiev foram detectados e destruídos", afirmou a administração militar da capital, que não relatou danos materiais nem vítimas.
Em seu relatório matinal diário, o comando militar ucraniano cita 55 ataques aéreos russos nas últimas 24 horas, incluindo um que atingiu uma represa na região de Donetsk, leste do país, o que provoca um "elevado risco de inundação em localidades próximas".
- Bombardeios em Belgorod -
A Rússia afirmou que bombardeios ucranianos atingiram a região de Belgorod, na fronteira, pelo quinto dia consecutivo.
A região foi alvo de dezenas de disparos de artilharia nas últimas 24 horas, que provocaram danos materiais, mas não vítimas, informou o governador Viacheslav Gladkov.
Os disparos atingiram a localidade de Kozinka, no distrito de Grayvoron, que foi cenário, na segunda e terça-feiras, da maior incursão armada procedente da Ucrânia desde o início da guerra. A ação foi reivindicada por dois grupos de russos exilados que lutam contra as forças de Moscou. A cidade foi atingida por 132 obuses, de acordo com o governador.
Gladkov também afirmou que o distrito de Belgorodski, próximo da capital regional Belgorod, foi alvo de 14 disparos, em particular de drones, incluindo um que atingiu o edifício administrativo.
Em Krasnodar, uma cidade russa a 200 km da península da Crimeia, anexada por Moscou em 2014, dois drones atingiram prédios, sem deixar vítimas, afirmou o governador Veniamin Kondratiev.
A troca de ataques acontece no momento em que a Ucrânia prepara uma contraofensiva ante as tropas russas que ocupam o sul e o leste do país, depois de receber vários carregamentos de armas de países ocidentais.
- Belarus -
Em outro foco de tensão, Belarus, aliada da Rússia, anunciou na quinta-feira (25) que Moscou iniciou a transferência de armas nucleares para seu território, para cumprir o anúncio feito em março pelo presidente russo, Vladimir Putin.
O porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, não confirmou as informações e se limitou a declarar que Belarus "enfrenta atitudes pouco amistosas, e inclusive hostis, por parte de países vizinhos".
"Devemos, portanto, continuar desenvolvendo e fortalecendo as relações com nossos aliados (...) inclusive no âmbito militar”, acrescentou o porta-voz.
A.Uggeri--IM