Il Messaggiere - Façanha de Rebeca Andrade inspira meninas de Guarulhos, sua cidade natal

Façanha de Rebeca Andrade inspira meninas de Guarulhos, sua cidade natal
Façanha de Rebeca Andrade inspira meninas de Guarulhos, sua cidade natal / foto: Gabriel BOUYS - AFP

Façanha de Rebeca Andrade inspira meninas de Guarulhos, sua cidade natal

No ginásio onde Rebeca Andrade deu seus primeiros passos, em Guarulhos, não se fala de outro assunto: o histórico ouro olímpico que a brasileira conquistou nos Jogos de Paris, uma façanha que inspira uma nova geração de ginastas em sua cidade natal e no Brasil.

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"O orgulho é imenso, e pensar que saiu daqui e que eu a vi aqui pequenininha é uma emoção enorme, não dá nem para explicar", disse à AFP Mônica Barroso dos Anjos, de 52 anos, primeira treinadora de Rebeca no ginásio Bonifácio Cardoso, em Guarulhos.

A campeã olímpica chegou ali aos quatro anos de idade graças à sua tia Cida, que trabalhava na cozinha do ginásio, sede de um projeto social e esportivo da prefeitura de Guarulhos.

Sua presença nos treinamentos chegou a estar em risco por falta de dinheiro para o transporte. Mas ao ver sua habilidade, seus irmãos mais velhos se ofereciam para acompanhá-la em uma caminhada de duas horas.

- Carreira em risco por falta de dinheiro -

"A procura [por aulas] está muito grande, então assim como um menino vai procurar o futebol, hoje as meninas vão procurar a ginástica artística", conta Mônica, em meio à euforia que a vitória de Rebeca na final do solo despertou entre suas alunas.

No ginásio estão expostos vários troféus e fotos de Rebeca. E seu rosto decora um colorido mural na parede, que inspira milhares de meninas e adolescentes formadas lá.

"É uma alegria e uma oportunidade muito grande de saber que ela começou aqui onde eu estou e com a mesma técnica. É muito inspirador", diz a ginasta Lara Santana, de 12 anos.

Entre as meninas, seus pais e professores, o entusiasmo era generalizado após a vitória da ginasta de 25 anos, que derrotou na prova do solo a americana Simone Biles.

Com o ouro, Rebeca somou sua quarta medalha nos Jogos de Paris e seis pódios olímpicos no total, três anos depois de ter aberto o caminho em Tóquio-2020 com as primeiras medalhas para a ginástica feminina do Brasil.

- Número de inscrições explodiu -

Wiliam Santos Pereira, de 48 anos, é pai de uma das meninas que treinam no ginásio Bonifácio Cardoso e não esconde o entusiasmo de vê-la seguir os passos da campeã.

"As pessoas que a conhecem [sua filha] no apartamento perguntam: 'Débora, você treina no mesmo lugar que a Rebeca?', e ela, toda emocionada, fala: 'Sim, eu treino no mesmo lugar que ela'".

"Há uns seis ou sete anos atrás a gente não imaginava uma ginasta brasileira estar lá no topo do pódio. Hoje é uma ginasta de Guarulhos que é a atleta mais premiada de todos no Brasil, entre homens e entre mulheres", comemora Mônica.

O sucesso de Rebeca fez explodir o número de inscrições no centro de treinamento no início deste mês, quando já haviam começado os Jogos Olímpicos.

"Eu não imaginava que a fila ia dar a volta no quarteirão, a procura foi muito grande, foi muita gente", conta a treinadora.

"Isso é muito bom para o nosso esporte, porque quanto mais crianças procurarem o nosso esporte, mais Rebeca a gente vai encontrar", conclui.

A.Goretti--IM