Daniel Alves reafirma inocência em primeira entrevista após prisão por caso de estupro
O lateral Daniel Alves reafirmou ser inocente no caso de estupro pelo qual está preso na Espanha desde janeiro, em uma entrevista ao jornal La Vanguardia, a primeira que concedeu desde que foi detido, alegando que teve relações sexuais consentidas com a mulher que o acusa.
"Tenho a consciência muito tranquila do que aconteceu naquela madrugada no banheiro da boate. O que aconteceu e o que não aconteceu. E o que não aconteceu é que eu obriguei essa mulher a fazer qualquer coisa do que fizemos", disse Daniel.
Na longa entrevista, publicada uma semana depois de a Justiça negar outro recurso de seus advogados, o jogador explicou que mudou sua versão dos fatos várias vezes, chegando a afirmar em um vídeo que não conhecia a jovem que o denunciou, para tentar preservar seu casamento.
"Tive medo de perder a Joana [sua esposa] e, por isso, menti. Lutei desesperadamente para salvar meu casamento de uma infidelidade, sem me importar com as consequências que estou pagando", afirmou.
A versão da denunciante é a mesma desde o início e foi considerada com "traços de confiabilidade suficientes" pelos magistrados da Audiência de Barcelona, que, levando em conta o risco de fuga, rejeitou o último pedido da defesa de Daniel para que ele aguardasse o julgamento em liberdade.
Daniel Alves, de 40 anos, está preso em Barcelona pelo suposto crime de agressão sexual, que na Espanha compreende o estupro. Uma jovem o acusa de tê-la forçado a manter relações com ele no banheiro de uma boate da cidade no final de dezembro do ano passado.
"Não existe uma única marca em seu corpo que explique essa violência com a qual ela diz que eu a levei ao banheiro", se defendeu o jogador.
A entrevista repercutiu na Espanha nesta quarta-feira (21), despertando a preocupação de vários setores feministas.
"Banalizar a #ViolênciaMachista, apoiar o agressor, não acreditar na vítima, causa mais dano a ela e às demais, alimenta a cultura do estupro", escreveu no Twitter a chefe da Delegação do Governo contra a Violência de Gênero, Victoria Rossell, em reação às palavras da autora da entrevista, que na televisão considerou que a descrição dada por Daniel era mais consistente que a da denunciante.
E.Mancini--IM