Il Messaggiere - África do Sul inicia reunião de ministros do G20 com apelo ao 'multilateralismo'

África do Sul inicia reunião de ministros do G20 com apelo ao 'multilateralismo'
África do Sul inicia reunião de ministros do G20 com apelo ao 'multilateralismo' / foto: ROBERTO SCHMIDT - AFP

África do Sul inicia reunião de ministros do G20 com apelo ao 'multilateralismo'

A África do Sul inaugurou, nesta quinta-feira (20), a reunião de ministros das Relações Exteriores do G20, em Johannesburgo, com um apelo ao "multilateralismo" e ao "direito internacional", na ausência do governo dos Estados Unidos, que decidiu não enviar nenhum representante.

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"É essencial que os princípios da carta das Nações Unidas, o multilateralisno e o direito internacional permaneçam no centro de todos os nossos esforços, devem ser o cimento que nos une", afirmou o presidente sul-africano, Cyril Ramaphosa, antes de citar as guerras e os conflitos na Ucrânia, no Oriente Médio e na República Democrática do Congo.

"As tensões geopolíticas", as "mudanças climáticas" e as "pandemias" também ameaçam uma coexistência mundial já frágil por si só", devido à "falta de consenso", alertou.

A África do Sul, primeiro país do continente a presidir o G20, terá que prescindir dos Estados Unidos na primeira reunião preparatória para a cúpula de novembro, inédita na África.

O secretário de Estado americano, Marco Rubio, recusou-se a comparecer à reunião após acusar Pretória de antiamericanismo.

A encarregada de negócios da embaixada americana em Pretória, Dana Brown, representa os Estados Unidos.

"Talvez seja em um nível inferior, mas [os americanos] estarão representados. Não se trata de um boicote completo ao G20 na África do Sul", disse o chefe da diplomacia sul-africana, Ronald Lamola, na quarta-feira.

À exceção de Rubio, estão presentes em Johannesburho os principais diplomatas do G20, inclusive os ministros das Relações Exteriores do Brics, próximos da África do Sul, entre eles o russo Sergei Lavrov e seus contrapartes chinês e indiano.

Do lado da Europa, encurralada pela nova política estrangeira do governo Trump, participam o francês Jean-Noël Barrot e o britânico David Lammy.

A reunião de dois dias em Johannesburgo será uma nova oportunidade para avaliar as posições de uns e outros diante da política de pressão iniciada pelo governo liderado pelo presidente americano, Donald Trump.

E especialmente depois da conferência de Munique, marcada pelo discurso antieuropeu do vice-presidente americano, JD Vance, e do encontro entre os Estados Unidos e a Rússia em Riade para discutir a Ucrânia na sua ausência.

O secretário do Tesouro americano, Scott Bessent, também não comparecerá à reunião dos ministros das Finanças do G20 na Cidade do Cabo nas próximas quarta e quinta-feira "devido a compromissos em Washington", anunciou nas redes sociais.

T.Abato--IM