Il Messaggiere - Cientistas realizam feito na França em experimento para desenvolver fusão nuclear

Cientistas realizam feito na França em experimento para desenvolver fusão nuclear
Cientistas realizam feito na França em experimento para desenvolver fusão nuclear / foto: Nicolas Tucat - AFP/Arquivos

Cientistas realizam feito na França em experimento para desenvolver fusão nuclear

Cientistas realizaram um feito nas pesquisas sobre fusão nuclear - uma fonte de energia que promete ser inesgotável, limpa e barata -, ao conseguir manter plasma durante mais de 22 minutos em um reator experimental, anunciou a Comissão de Energia Atômica da França.

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A fusão nuclear consiste em reproduzir as reações que acontecem no coração das estrelas, mediante a sobreposição de dois núcleos atômicos de hidrogênio, que se transformam em hélio, sem resíduos radioativos, e liberam quantidades extraordinárias de energia. O processo é o inverso da fissão, usada nas usinas nucleares atuais, que consiste em quebrar as ligações de núcleos atômicos pesados.

Esta técnica é tema de pesquisas há décadas, pois para se obter a fusão é preciso alcançar temperaturas de pelo menos 100 milhões de graus Celsius para criar e confinar o plasma, que deve ser contido mediante eletromagnetismo, pois nenhum material suporta tamanhas temperatura e pressão.

O reator Tokamak West, explorado no centro da Comissão de Energia Atômica e Energias Alternativas (CEA) em Cadarache, perto de Marselha (sul da França), conseguiu, em 12 de fevereiro, manter um plasma durante 1.337 segundos, "melhorando em 25% o recorde anterior" estabelecido em janeiro na China, informou a CEA em um comunicado.

O registro demonstra "que controlamos [o plasma] em sua produção, mas também em sua manutenção", disse à AFP Anne-Isabelle Étienvre, diretora de pesquisas fundamentais da CEA.

Os cientistas ainda precisam eliminar muitos "obstáculos tecnológicos" para que a fusão termonuclear possa "produzir mais energia do que consome", o que ainda não é o caso, assinalou.

Nos próximos meses, a equipe prevê alcançar "durações de plasma muito longas, da ordem de várias horas acumuladas" e aquecer "este plasma a temperaturas ainda mais altas para se aproximar o máximo possível das condições esperadas nos plasmas de fusão", informou a CEA.

O objetivo é "preparar o melhor possível a exploração científica do Iter", projeto de reator experimental, lançado em 1985 por União Europeia, China, Coreia do Sul, Estados Unidos, Índia, Japão e Rússia.

Inicialmente prevista para 2025, a produção do primeiro plasma do Iter, foi adiada para 2033 pelo menos.

K.Costa--IM