Il Messaggiere - Ucrânia denuncia ataque russo em larga escala contra sistema de energia

Ucrânia denuncia ataque russo em larga escala contra sistema de energia
Ucrânia denuncia ataque russo em larga escala contra sistema de energia / foto: Handout - UKRAINIAN EMERGENCY SERVICE/AFP

Ucrânia denuncia ataque russo em larga escala contra sistema de energia

A já frágil rede de energia da Ucrânia sofreu um ataque russo em larga escala neste domingo (17), denunciaram as autoridades, com um balanço de pelo menos oito mortos e 20 feridos em todo o país.

Tamanho do texto:

"Um ataque massivo ao sistema de energia está em curso", alertou o ministro da Energia, German Galushchenko.

As forças russas estão "atacando as instalações de geração e transmissão de energia elétrica em toda Ucrânia", acrescentou o ministro.

A Rússia destruiu metade da capacidade energética da Ucrânia com os ataques de drones e mísseis em quase três anos de ofensiva, segundo Kiev.

A operadora de energia ucraniana, DTEK, relatou "danos graves" em algumas centrais termelétricas.

O chefe da diplomacia ucraniana, Andrii Sibiga, classificou os bombardeios como "um dos maiores ataques" executados por Moscou.

O Ministério da Defesa da Rússia afirmou que atingiu todos os alvos em um ataque massivo contra "infraestruturas de energia essenciais de apoio ao complexo militar-industrial ucraniano".

A Rússia lançou 120 mísseis e 90 drones. A defesa da Ucrânia conseguiu destruir 140 projéteis, anunciou o presidente ucraniano Volodimir Zelensky.

Os ataques, exacerbados pelas dificuldades da Ucrânia na linha de frente para conter o avanço do Exército russo no leste, acontecem em um contexto geopolítico global incerto desde a eleição de Donald Trump para a presidência dos Estados Unidos.

- Cortes de eletricidade -

A operadora DTEK anunciou "cortes de energia elétrica de emergência" na região de Kiev e em outras duas áreas no leste do país após os ataques

A energia elétrica e o abastecimento de água também foram cortados em alguns pontos de Odessa, uma grande cidade portuária no sul, segundo a prefeitura.

Até o momento, no entanto, é difícil calcular a magnitude dos danos.

A DTEK afirmou que este é o oitavo grande ataque contra suas centrais de energia desde o início do ano.

A Ucrânia pede ajuda aos aliados ocidentais para reconstruir a rede elétrica, um projeto que exige grandes investimentos, e mais equipamentos de defesa aérea para contra-atacar os bombardeios russos.

- "Resposta" de Putin -

A onda de ataques deixou pelo menos oito mortos e 20 feridos. Dois funcionários do grupo ferroviário público Ukrzaliznytsia faleceram no bombardeio que atingiu um depósito e três ficaram feridos, anunciou a empresa.

Uma pessoa morreu e duas ficaram feridas em um ataque com mísseis contra a região de Lviv, no oeste, informaram as autoridades locais.

Um ataque com drone matou duas pessoas e feriu outras seis, incluindo duas crianças, em Mykolaiv, no sul do país, informou o serviço de emergência.

Outros ataques deixaram feridos em várias cidades, incluindo a capital Kiev, Zaporizhzhia (sul) e Dnipro (leste).

O ministro ucraniano das Relações Exteriores afirmou que os ataques são "a verdadeira resposta" do presidente russo, Vladimir Putin, aos líderes mundiais "que ligaram ou o visitaram" recentemente.

O governo da Ucrânia expressou grande irritação na sexta-feira com uma conversa telefônica entre o chefe de Governo da Alemanha, Olaf Scholz, e Putin, a primeira desde dezembro de 2022.

Falar com Putin equivale a "abrir a caixa de Pandora", afirmou o presidente ucraniano.

Antes disso, Putin recebeu vários líderes mundiais em uma reunião de cúpula dos Brics.

A recente vitória de Donald Trump nas eleições presidenciais dos Estados Unidos provocou a retomada do debate sobre possíveis negociações entre Moscou e Kiev.

Trump criticou em várias ocasiões a ajuda de seu país a Kiev e afirmou que seria capaz de resolver o conflito em "24 horas", mas sem revelar como.

No sábado, Zelensky, que por muito tempo descartou a opção, afirmou que deseja acabar com a guerra em seu país até 2025 por "meios diplomáticos".

Contudo, as posições russa e ucraniana são opostas: Kiev descarta ceder os territórios ocupados pelo Exército russo, enquanto Moscou afirma que está uma condição inegociável.

A Polônia anunciou neste domingo que mobilizou caças e "todas as forças e recursos disponíveis" para proteger seu território durante o ataque noturno russo à Ucrânia.

A.Uggeri--IM