Curdistão iraquiano elege seu Parlamento em clima de desilusão
Em um clima de desilusão, os eleitores da região autônoma do Curdistão, no norte do Iraque, votaram neste domingo (20) para eleger os deputados do Parlamento regional. A eleição novamente é dominada pelos dois principais e poderosos clãs políticos rivais.
Dos seis milhões de habitantes do Curdistão iraquiano, 2,9 milhões de eleitores foram convocados para escolher 100 deputados, entre eles 30 mulheres, conforme a cota estabelecida.
As urnas fecharam às 15h GMT (12h no horário de Brasília) e os resultados oficiais são esperados para 24 horas depois. A taxa de participação no início da tarde era de 31%, segundo a comissão eleitoral.
As eleições legislativas deveriam ter sido realizadas há dois anos, mas foram adiadas quatro vezes por divergências entre os dois grupos hegemônicos: o Partido Democrático do Curdistão (PDK), do clã Barzani, e a União Patriótica do Curdistão (PUK), do clã Talabani.
Autônomo desde 1991, o Curdistão se apresenta como um oásis de estabilidade propício para investimentos estrangeiros no Iraque.
Mas ativistas e opositores denunciam, entre outros problemas, a corrupção, o ambiente empresarial, o clientelismo dos clãs governantes e a repressão de qualquer voz dissidente.
Este ano foram criados quatro distritos eleitorais para substituir o único que anteriormente abrangia toda a região, a fim de melhorar a representação local.
Com 45 cadeiras, o PDK gozou de uma maioria relativa na legislatura anterior graças a alianças com deputados eleitos por meio de uma cota reservada para as minorias cristã e turcomana.
Uma vez eleitos, os deputados escolherão os sucessores do presidente e do primeiro-ministro da região autônoma, ambos do PDK.
Povo sem Estado, os curdos estão principalmente presentes na Turquia, Iraque, Síria e Irã, com uma população total estimada entre 25 e 35 milhões de pessoas.
N.Baggi--IM