Seca reduziu em 29% passagem de navios pelo canal do Panamá
O número de navios que passaram pelo canal do Panamá caiu quase 30% no último ano fiscal em relação ao ano fiscal anterior, uma queda causada pela seca, informou nesta terça-feira (15) a autoridade que administra a rota.
Durante o ano fiscal de 2004, 9.936 embarcações passaram por esta via marítima, de acordo com dados fornecidos pela Autoridade do Canal do Panamá (ACP) à AFP. O ano fiscal vai de 1º de outubro de um ano até 30 de setembro do ano seguinte.
O número representa uma redução de 29% em comparação ao ano fiscal anterior, quando 14.080 navios atravessaram o canal do Panamá.
A maioria das embarcações que cruzaram o canal no último ano foi de porta-contêineres (2.773), seguidos por navios químicos (1.808), gaseiros (1.561) e graneleiros (1.278).
A queda no número de navios se deve às medidas implementadas pela ACP no fim de 2023 para enfrentar a falta d'água resultante da seca.
A ACP ainda não divulgou os números de receita ou carga do último ano fiscal.
Diferentemente do canal de Suez, o do Panamá opera com água doce retirada de dois lagos artificiais, cujos níveis sofreram uma queda considerável devido à escassez de chuvas.
A falta de precipitações fez com que o número diário de passagens de navios diminuísse de 38 para 22, embora a situação tenha se normalizado nos últimos meses com a chegada da temporada de chuvas no país.
A rota panamenha projeta uma receita recorde de 5,623 bilhões de dólares (R$ 31,7 bilhões) em 2025, quando se espera a passagem de cerca de 13.900 barcos com 520 milhões de toneladas de carga.
O canal do Panamá, com 80 quilômetros de extensão, foi inaugurado pelos Estados Unidos em 15 de agosto de 1914 e, desde então, mais de 1,2 milhão de embarcações navegaram em suas águas.
As principais rotas vão da Ásia para a costa leste dos Estados Unidos. Este país, juntamente com China, Japão e Coreia do Sul, são seus principais usuários.
Estima-se que 5% do comércio marítimo mundial passe pela rota panamenha.
A.Uggeri--IM