Il Messaggiere - Protestos contra aumento do diesel bloqueiam dezenas de estradas na Colômbia

Protestos contra aumento do diesel bloqueiam dezenas de estradas na Colômbia
Protestos contra aumento do diesel bloqueiam dezenas de estradas na Colômbia / foto: Daniel MUNOZ - AFP/Arquivos

Protestos contra aumento do diesel bloqueiam dezenas de estradas na Colômbia

Pelo menos uma dezena de estradas da Colômbia registravam bloqueios intermitentes nesta segunda-feira (2) devido aos protestos do setor de transporte contra o aumento nos preços do diesel decretado pelo governo.

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De acordo com o que foi anunciado semanas atrás pela administração do presidente esquerdista Gustavo Petro, o preço do combustível usado pela maioria dos veículos de carga aumentou o equivalente a 46 centavos de dólar (R$ 2,6) por galão (3,8 litros) no fim de semana.

Em resposta, os transportadores estacionaram seus caminhões nas principais rotas de acesso a Bogotá e também nas que conectam o centro do país com a Venezuela, o sul e a costa do Caribe, de acordo com autoridades de trânsito.

A Prefeitura de Bogotá informou sobre "afetações" e cortes "intermitentes" em oito vias, incluindo as principais rotas de acesso à capital, com cerca de oito milhões de habitantes.

Uma multidão foi forçada a descer dos ônibus de transporte público e caminhar até seu destino devido aos bloqueios na entrada a oeste de Bogotá, conforme vídeos divulgados por meios locais.

Além disso, nos departamentos de Santander (norte) e Norte de Santander (nordeste), que conectam a capital com a Venezuela e a região Caribe, há outros oito bloqueios de estradas, na sua maioria intermitentes, de acordo com os governos locais.

Uma mulher venezuelana que viajava para a cidade fronteiriça de Cúcuta em um ônibus teve problemas de saúde em um dos bloqueios e morreu nesta segunda-feira, segundo informou o secretário do Interior de Santander, Oscar Hernández.

Além disso, a estrada entre Bogotá e Villavicencio, que conecta a capital com as regiões petrolíferas e agrícolas do sudeste do país, também apresenta um "bloqueio temporário" devido aos protestos, segundo o Instituto Nacional de Vias.

- Corte no subsídio -

Transportadores e governo realizaram várias reuniões nas últimas semanas sem chegar a um acordo sobre o aumento no valor do combustível.

A subida nos preços do diesel "impactará o custo de vida e a cesta básica dos 60 milhões de colombianos", reclamou a Associação Colombiana de Caminhoneiros (ACC) na rede social X.

Apesar do aumento, o valor deste hidrocarboneto na Colômbia é o terceiro mais barato da região graças a um subsídio estatal. O diesel somente é mais barato no Equador e na Bolívia, segundo o governo.

O executivo busca um aumento gradual de 1,5 dólares (R$ 8,4 reais) como medida para fechar o buraco nas finanças públicas causado pelo subsídio ao diesel, que é estimado em cerca de 288 milhões de dólares (R$ 1,62 bilhão) até o fim do ano.

"O subsídio que estamos dando ao diesel poderíamos perfeitamente usar (...) para entregar um subsídio a todas as famílias vulneráveis da Colômbia", também "poderíamos estar construindo várias vias que hoje têm problemas", argumentou no X o ministro da Fazenda, Ricardo Bonilla.

O governo afirma que 56% dos veículos na Colômbia usam diesel, sendo a maioria transporte de carga e transporte público.

O governo Petro tem realizado aumentos graduais no preço da gasolina nos últimos dois anos, até chegar a um aumento de quase 100%.

No entanto, ele havia se abstido de aumentar o preço do ACPM (diesel comum), já que a medida afeta diretamente os preços do transporte e dos alimentos, em um país com uma das taxas de inflação mais altas da região.

Em 2024, o Índice de Preços ao Consumidor vinha se estabilizando até chegar a 6,86% em julho, quase cinco pontos a menos do que no mesmo mês de 2023.

No poder desde 2022, Petro tem uma ambiciosa agenda ambientalista que contempla acelerar a transição da economia para energias limpas.

P.Rossi--IM