Il Messaggiere - Preço do açúcar atinge nível mais alto em 13 anos por impacto de El Niño (FAO)

Preço do açúcar atinge nível mais alto em 13 anos por impacto de El Niño (FAO)
Preço do açúcar atinge nível mais alto em 13 anos por impacto de El Niño (FAO) / foto: Clement KASSER, Sophie RAMIS - AFP

Preço do açúcar atinge nível mais alto em 13 anos por impacto de El Niño (FAO)

O preço do açúcar atingiu, em setembro, seu nível mais alto em 13 anos, em meio à preocupação com o impacto do fenômeno El Niño nas colheitas de Tailândia e Índia, informou a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO) nesta sexta-feira (6).

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O índice de preços do açúcar calculado pela FAO subiu 9,8% em um mês.

Este aumento "se deve, principalmente, ao receio crescente de que a oferta mundial diminua durante a próxima campanha (2023-2024)", explica a agência em seu relatório mensal.

As primeiras estimativas indicam uma queda na produção na Tailândia e na Índia, dois grandes produtores, devido ao fenômeno meteorológico El Niño, afirma a FAO.

A organização também atribui essa alta ao recente aumento dos preços do petróleo, que leva os produtores a transformarem parte de sua colheita em etanol. Essa troca reduz a quantidade de açúcar no mercado.

Ainda assim, acrescenta a FAO, o aumento dos preços do açúcar esteve limitado pelo "volume importante da atual colheita no Brasil [primeiro produtor mundial] em condições meteorológicas favoráveis e também [pela] desvalorização do real brasileiro frente ao dólar americano".

Em conjunto, os preços mundiais dos alimentos se mantiveram estáveis: queda dos óleos (-3,9%), dos laticínios (-2,3%) e da carne (-1%), e alta do açúcar e do milho, informou a FAO.

O índice de preços dos alimentos da FAO, que acompanha a variação dos preços internacionais de uma cesta de produtos básicos, reflete uma queda de 10,7% interanual, e de 24%, em relação ao pico de março de 2022, logo após a invasão russa da Ucrânia.

O índice de preços dos cereais subiu 1%, impulsionado por um aumento de 7% dos preços do milho após sete meses de queda. A recuperação se deveu, segundo a agência, à forte demanda pela safra brasileira, à desaceleração das vendas na Argentina e ao aumento dos preços do frete fluvial nos Estados Unidos pela baixa vazão do rio Mississippi.

E o índice de preços do arroz, que atingiu em agosto seu nível mais elevado em 15 anos, estagnou (-0,5%), devido a uma menor demanda.

E.Mancini--IM