Dor e revolta em missa para 100 vítimas de incêndio no Iraque
Dezenas de fiéis compareceram nesta quinta-feira (28) a uma missa em Qaraqosh em memória das vítimas do incêndio que matou 100 pessoas em um casamento no norte do Iraque.
O primeiro-ministro iraquiano, Mohamed Shia Al Sudani, visitou durante a manhã a província de Nínive, onde fica Qaraqosh, para conversar com os "feridos e as famílias das vítimas", informa um comunicado divulgado pelo governo.
O incêndio, que destruiu na terça-feira à noite um salão de festas da cidade - também conhecida como Hamdaniyah -, deixou 100 mortos e 150 feridos, segundo um balanço ainda provisório.
Quase 900 convidados estavam no local, informou o ministério do Interior.
As fotos das vítimas - homens, mulheres e crianças de todas as idades - foram alinhadas na manhã de quinta-feira na Igreja Católica Siríaca de Al Tahira.
No templo, que recebeu em março de 2021 uma visita histórica do papa Francisco, os fiéis não conseguiram conter as lágrimas.
Ao sair da missa, Najiba Yuhana, 55 anos, falou sobre os parentes desaparecidos. "É uma dor profunda. Uma tragédia que nunca será esquecida".
"Há revolta e tristeza indescritíveis", acrescentou.
No Iraque, as normas de segurança são pouco respeitadas, tanto na área de construção como no setor de transportes.
O país, devastado por décadas de conflito, má gestão e corrupção, é cenário frequente de incêndios ou acidentes domésticos fatais.
Os depoimentos de testemunhas afirmam que o incêndio no salão de festas de Qaraqosh se propagou a uma velocidade assombrosa.
Além de um número insuficiente de saídas de emergência, a Defesa Civil denunciou o uso no local de painéis pré-fabricados "altamente inflamáveis e contrários às normas de segurança", que incendiaram rapidamente em contato com os fogos de artifício da festa.
E.Mancini--IM