Balmain se recupera com brilho e flores após roubo de peças em Paris
A marca francesa Balmain apresentou, nesta quarta-feira (27), um desfile exuberante na Semana de Moda de Paris, 10 dias após o roubo de 50 peças da coleção.
No Palácio de Chaillot, com vista para a Torre Eiffel, o estilista Olivier Rousteing exibiu uma coleção impecável, que variou do smoking feminino preto a minivestidos com efeito vinil e adornos florais.
Apoiado por uma sala repleta de fãs, entre eles a famosa crítica americana Anna Wintour e a estrela pop coreana Hong Joong, a Balmain deu uma aula de estilo, com um amplo leque de opções para suas clientes e admiradoras.
O desfile começou com blazers e smokings clássicos, com botões dourados. Logo chegaram minissaias volumosas, acompanhadas de salto e bolero.
A cartela de cores se ampliou até chegar ao rosa-chiclete e ao verde-pistache, e surgiram saias longas, plissadas e looks repletos de flores. Ganhou destaque um vestido de efeito vinil feito inteiramente de rosas vermelhas, com sapato combinando.
Sua equipe trabalhou "noite e dia" para que o desfile acontecesse, comentou no Instagram Rousteing, que foi até a praça Trocadero para cumprimentar os fãs que assistiram ao desfile em telões.
- Roubo incomum -
Em meados de setembro, o veículo que transportava peças da coleção feminina primavera/verão foi roubado quando seguia do aeroporto para a sede da Balmain em Paris. Os ladrões fugiram. A polícia abriu uma investigação, mas nada se sabe até o momento sobre o destino das peças.
Um roubo com essas características é incomum no mundo da moda. Em 2011, o estilista americano Marc Jacobs teve toda a sua coleção roubada depois de um desfile, em um trem que fazia o trajeto entre Paris e Londres.
Os modelos da Balmain eram protótipos e havia padrões para refazer as peças. “A casa Balmain tem ateliês, subcontratados, toda uma rede de artesãos. Mobilizando o máximo de forças, é possível consegui-lo", havia dito à AFP o professor de ciência política e especialista em moda e luxo Serge Carreira.
Aos 38 anos, 12 deles como diretor artístico da marca, Olivier Rousteing soube transformar o desfile da Balmain, conhecida por um círculo restrito, em um evento imperdível do jet set.
Rousteing introduziu o hip-hop, fez castings com foco na diversidade e abriu a Balmain a colaborações, como a da gigante sueca da moda H&M em 2015. Diferentemente da maioria dos estilistas, que prezam pela discrição, Rousteing reivindica uma estética glamourosa diante de seus 10 milhões de seguidores no Instagram.
De origem etíope e somali, o estilista não conheceu seus pais e foi adotado por uma família francesa. Ele é um dos poucos criadores negros no mercado de luxo. Em 2019, protagonizou o documentário “Wonder Boy”, que relata a busca por sua mãe biológica.
K.Costa--IM