Lima se prepara para corte polêmico no fornecimento de água
A capital peruana se preparava para um grande corte no fornecimento de água, que deixará mais de metade dos seus 10 milhões de habitantes sem o serviço a partir de 6 de outubro, anunciou nesta terça-feira (26) o governo, que enfrenta críticas à medida.
"Não se trata de um problema de desabastecimento, e sim de um trabalho programado para garantir o serviço", ressaltou a ministra da Habitação, Hania Pérez de Cuéllar, em uma tentativa de acalmar a população, que teme que o fenômeno climático El Niño esteja por trás do corte no fornecimento.
O El Niño atinge o Peru desde março e deve se intensificar no primeiro trimestre de 2024. O fenômeno é caracterizado por chuvas intensas, secas e transbordamento de rios, levando a restrições no fornecimento de água potável.
O anúncio também causou um escândalo político, com discussões no Congresso, onde os motivos técnicos do corte foram questionados e foi pedida a privatização da empresa prestadora do serviço. O Ministério Público abriu uma investigação.
O corte no fornecimento de água deve durar até 96 horas e irá afetar 22 dos 43 distritos de Lima, que fica na costa do Pacífico e é uma das poucas capitais do mundo construída em um deserto.
Segundo a empresa pública de água do Peru, o corte será feito para a ligação de tubulações de 2 metros de diâmetro que irão beneficiar setores menos favorecidos do sul de Lima. Poços e caminhões-pipa serão habilitados para a distribuição gratuita de água potável.
O.Esposito--IM