Maduro reajusta pagamento de bônus mensais na Venezuela para US$ 70
O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, reajustou nesta terça-feira (2) o pagamento de bônus mensais para US$ 70 (R$ 325). A decisão reconsiderou o ajuste anunciado na segunda-feira (1º), que fixava em US$ 60 (R$ 301) esta renda adicional ao salário mínimo - o menor da América Latina, equivalente a US$ 5,25 (R$ 26,42).
"Eu estava pensando e no decreto fiz uma mudança necessária para que o 'bônus de guerra (econômica)' subisse para 30 dólares por mês. Então, a cesta-ticket - bônus de alimentação - chegaria em 40 dólares (201 reais) e o 'bônus de guerra' em 30 dólares (150 reais)", disse o presidente em um vídeo que publicou no Twitter.
Maduro disse que o pagamento dos US$ 70 (R$ 352,30) em bolívares, a moeda local, será indexado à taxa de câmbio oficial.
O governo paga há meses bonificações aos funcionários da administração pública, para ajudar a equilibrar o salário mínimo, abalado pela inflação crônica e desvalorização constante do bolívar.
As bonificações não têm impacto nas prestações sociais como férias ou décimo terceiro e não atingem os reformados e pensionistas da mesma forma. Maduro anunciou que os bônus para este grupo permanecerão em US$ 49 (R$ 246,61).
De acordo com estimativas privadas do país, o salário mínimo e os bônus estão longe dos US$ 510 (R$2,566) que custa a cesta básica, com uma inflação anual de 501%, segundo o Observatório Financeiro Venezuelano, uma alternativa de dados devido a falta de números oficiais.
Grupos sindicais rejeitaram o decreto de Maduro. "Não aumenta o salário e tira o 1º de maio", disse a Coalizão Sindical.
O último aumento salarial anterior foi decretado em março de 2022, quando passou de 7 para 130 bolívares. Naquela época equivalia a pouco menos de 30 dólares, mas desde então a moeda venezuelana desvalorizou 82%.
Maduro afirma estar "fazendo um tremendo esforço para defender a renda dos trabalhadores em meio a uma guerra econômica brutal que vocês sabem que enfrentamos", referindo-se às sanções dos EUA contra a Venezuela.
L.Sabbadin--IM