Continua polêmica por anúncio de manter anéis olímpicos na Torre Eiffel
A Câmara Municipal de Paris defendeu nesta terça-feira (3) o seu polêmico projeto de manter os anéis olímpicos na Torre Eiffel, garantindo que não irá alterar o famoso monumento, como haviam alertado os descendentes do seu criador, Gustave Eiffel.
A proposta da Câmara Municipal deverá obedecer à regulamentação em vigor, destinada a garantir a integridade e autenticidade dos monumentos históricos.
"A Torre Eiffel é um monumento protegido, obra de um imenso engenheiro e criador", Gustave Eiffel, lembrou a ministra da Cultura francesa, Rachida Dati.
"O respeito pelo seu gesto arquitetônico e pela sua obra exige, antes de se aplicar uma modificação substancial, uma autorização de obra e uma avaliação de impacto, de acordo com o código do patrimônio", destacou.
A ministra que está de saída do cargo especificou que a adição dos anéis foi autorizada "a título temporário".
Um logotipo olímpico gigante foi pendurado na Torre antes dos Jogos de Paris, de 28 de julho a 11 de agosto, tornando-se o cenário favorito para 'selfies'.
A prefeita socialista Anne Hidalgo anunciou no sábado sua intenção de manter permanentemente os cinco anéis interligados, substituindo-os por uma versão nova e mais leve.
"A ideia é registrar os acontecimentos que Paris viveu", disse à AFP o secretário de esportes Pierre Rabadan.
O logo "não modifica a arquitetura da torre. A torre continua a evoluir ao longo do tempo", disse, referindo-se à adição de uma antena de telecomunicações ao topo da 'Dama de Ferro' em 2022.
"Não estamos desfigurando nada. Vamos acrescentar um símbolo poderoso a esta estrutura emblemática e a este monumento histórico parisiense", insistiu.
A associação dos descendentes de Gustave Eiffel insistiu no domingo que se opõe à ideia de a torre se tornar um "local publicitário".
Muitos cidadãos franceses e estrangeiros, preocupados em defender a integridade e autenticidade do monumento, reagiram rapidamente.
Uma petição na plataforma Change.org contra o projeto já havia coletado 34 mil assinaturas até a noite desta terça-feira.
A.Goretti--IM