Cidade do México se consolida como capital da arte contemporânea
Ponte cultural, a Cidade do México consolida-se como uma capital da arte contemporânea com a celebração, neste fim de semana, da vigésima edição da Zonamaco, a maior feira do tipo na América Latina, que atrai cada vez mais estrangeiros.
Desde quarta-feira, centenas de galeristas, artistas, curadores, patrocinadores e colecionadores, além de milhares de entusiastas das artes modernas, começaram a percorrer os corredores da Zonamaco, no âmbito da "Semana de Arte" no México.
"Estamos recebendo 212 expositores internacionais, com grande presença da arte da América Latina", explicou a nova diretora artística da feira, a cubana Direlia Lazo, anteriormente diretora do evento Faena Art, na cidade americana de Miami.
O México "é um ponto de referência", afirmou Lazo. "A Zonamaco tem se fortalecido acompanhada pelo contexto da cidade", comentou no interior de uma "obra imersiva" realizada por Osvaldo González.
Bem representadas também, as galerias dos Estados Unidos têm presença constante no evento.
"O público da Zonamaco é muito culto. É uma das minhas feiras de arte favoritas porque é onde se vê mais diversidade", enfatizou Mauricio Sampogna, representante de uma galeria de Houston com uma impressionante coleção do mestre colombiano Fernando Botero, falecido em 15 de setembro passado.
"Pessoas de Europa, Ásia, Estados Unidos (...), todas vêm com disposição para aprender. E para comprar também", admite, sorrindo.
Um galerista parisiense afirmou que a Zonamaco foi sua feira mais bem-sucedida em vendas no ano passado.
A reputação da feira mexicana se estende até países nos confins da Europa. "É um novo mercado de arte. O mercado mexicano é emergente e é interessante para nós explorá-lo", comentou Tamuma Arshba, da galeria ERTI, da capital da Geórgia, Tbilisi.
Além da Zonamaco, a capital mexicana recebe neste fim de semana outras duas feiras alternativas voltadas para artistas mais jovens: Material e Bada, além da Acme.
E nas livrarias da Cidade do México, os leitores continuam comprando um ensaio demolidor sobre a fraude da arte contemporânea, da crítica Avelina Lésper, em guerra contra a arte "VIP").
Mas aparentemente, para o público, as feiras de arte da capital mexicana oferecem muito mais do que isso.
I.Barone--IM