Dominique Pelicot não testemunhará nesta terça em julgamento por dopar a esposa para que fosse estuprada
Dominique Pelicot, o principal acusado no julgamento por drogar a esposa para que ela fosse estuprada por desconhecidos, continua doente e não poderá prestar depoimento nesta terça-feira (10), anunciou o presidente do tribunal de Avignon, sul de França, onde ele é julgado.
O magistrado que preside ao julgamento, Roger Arata, acrescentou que, com a concordância das partes civis, está examinando, portanto, uma "suspensão do julgamento", que pode durar vários dias devido ao estado de saúde do réu.
"A senhora Pelicot e seus filhos não desejam testemunhar sem que ele esteja presente", confirmou um dos seus advogados, Stéphane Babonneau. "É absolutamente necessário que o senhor Pelicot receba tratamento médico e possa comparecer ao processo".
A decisão sobre a suspensão dependerá do relatório médico solicitado pelo tribunal. "Ontem foram coletadas amostras para análise. A equipe médica não tem os resultados. O senhor Pelicot ainda estaria doente", acrescentou Arata.
O principal acusado não compareceu à audiência de segunda-feira sobre sua personalidade devido a dores intestinais. Ele parecia muito fraco quando compareceu ao banco dos réus, apoiado em uma bengala, segundo um jornalista da AFP.
Antes de uma eventual suspensão, o julgamento foi retomado nesta terça-feira com o depoimento de Stéphan Gal, segundo diretor da investigação do caso, que tem 51 acusados, com idades entre 26 e 74 anos.
Pelicot é acusado de fazer a mulher adormecer com a administração de medicamentos contra a vontade dela para que dezenas de estranhos a estuprassem, entre 2011 e 2020, primeiro na região de Paris e depois em sua residência de Mazan, no sul de França.
Pelicot e outros 50 homens, que foram identificados, podem ser condenados a até 20 anos de prisão por estupro com agravante neste caso, que chocou a França e provocou uma onda de indignação ao redor do mundo.
L.Marino--IM