Il Messaggiere - Ato renova pedido por justiça na Argentina, 30 anos após ataque ao centro judaico Amia

Ato renova pedido por justiça na Argentina, 30 anos após ataque ao centro judaico Amia
Ato renova pedido por justiça na Argentina, 30 anos após ataque ao centro judaico Amia / foto: TOMAS CUESTA - AFP

Ato renova pedido por justiça na Argentina, 30 anos após ataque ao centro judaico Amia

Centenas de pessoas renovaram nesta quinta-feira (18) seu pedido por justiça em um ato pra marcar o 30º aniversário do atentado ao centro judaico Amia, no coração de Buenos Aires.

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Parentes das vítimas seguraram fotos dos 85 mortos e deixaram uma vela e uma rosa para cada um deles em frente ao local onde, em 18 de julho de 1994, um carro-bomba atingiu a sede da Associação Mútua Israelita Argentina (Amia), mais tarde reconstruída.

Como em todos os aniversários, o evento começou às 09h53 com o som das sirenes, horário exato em que ocorreu a explosão, que também deixou mais de 300 feridos.

"Trinta anos sem que uma única pessoa responda por este ataque. Trinta anos em que o Estado argentino olhou para o outro lado, cheio de falhas, atrasos e erros (…) e do mau desempenho do Ministério Público", afirmou o presidente da Amia, Amos Linetzky, líder da comunidade judaica argentina, que com 300 mil membros é a maior da América Latina.

Desde 2006, a Justiça mantém o mandado de prisão para oito iranianos, incluindo o ex-presidente Ali Rafsanjani. Não houve prisões nem foi possível esclarecer os motivos do ataque.

A investigação judicial esteve envolvida em denúncias de desvio de pistas, condenações por acobertamento e anulações de processos nos quais foram julgados o ex-presidente Carlos Menem (1989-1999), já falecido, um juiz, dois promotores, dois ex-secretários de Inteligência e vários policiais.

O presidente ultraliberal Javier Milei e a maioria dos membros do seu gabinete participaram do evento, assim como o presidente do Uruguai, Luis Lacalle Pou, e o do Paraguai, Santiago Peña.

Linetzky destacou que três décadas após o ataque "ainda há muitos pontos que não sabemos, como onde o carro-bomba foi armado e onde obtiveram os explosivos". No entanto, considerou que "a responsabilidade do Hezbollah e do Irã estava claramente estabelecida".

"Valorizamos muito positivamente a recente decisão do governo federal de declarar o Hamas uma organização terrorista", destacou Linetzky sobre a recente decisão do governo. Já em 2019, a Argentina declarou o movimento libanês Hezbollah uma organização terrorista.

"Esperamos que todos os países da região adotem medidas nesse sentido. Terroristas são chamados de terroristas, não há espaço para eufemismos", afirmou o dirigente.

Ele exigiu do governo Milei que "a causa da Amia seja uma verdadeira questão de Estado", disse Linetzky.

A explosão na Amia foi o pior ataque da história argentina. Dois anos antes, em 1992, outro ataque terrorista destruiu a embaixada de Israel em Buenos Aires, deixando 29 mortos e 200 feridos.

F.Laguardia--IM