Ministério Público coleta provas em caso de jogadores franceses de rugby acusados de estupro na Argentina
Dois jogadores da seleção francesa de rugby completam nesta segunda-feira (15) uma semana detidos na Argentina pela acusação de estupro de uma mulher, em um momento em que o Ministério Público trabalha na coleta de provas e se aguarda uma decisão sobre o pedido de prisão domiciliar para os acusados, informou um porta-voz.
Hugo Auradou, de 20 anos, e Oscar Jegou, de 21, foram presos na segunda-feira da semana passada em Buenos Aires, transferidos na quinta-feira para Mendoza (oeste) e indiciados na sexta-feira após a denúncia de uma mulher que os conheceu depois de um amistoso naquela província fronteiriça com o Chile na madrugada de domingo, 7 de julho.
A promotora Cecilia Bignert os indiciou por "abuso sexual com acesso carnal agravado pela participação de duas pessoas", classificação dada ao crime de estupro na Argentina. Os jogadores alegam que a relação sexual foi consensual e negam ter agido com violência.
"Agora tanto a acusação como a defesa coletam provas", disse à AFP o porta-voz do poder Judiciário de Mendoza, Martín Ahumada. As testemunhas também deverão comparecer para depor, caso sejam convocadas, acrescentou.
Os acusados permanecerão detidos até a realização de uma audiência, que pode ocorrer no prazo máximo de 10 dias a partir do indiciamento, para determinar se aguardam julgamento na prisão ou em prisão domiciliar, como pretende a defesa.
Para a prisão domiciliar, Auradou e Jegou devem estabelecer um endereço em Mendoza e ter um tutor que garanta que "não há risco de fuga", conforme explicou o advogado da defesa Rafael Cúneo – irmão do ministro da Defesa, Mariano Cúneo – na semana passada.
Natacha Romano, uma das advogadas da denunciante, disse à AFP que a sua cliente conheceu Auradou em uma boate noturna para onde os jogadores foram depois do jogo e foi com ele para o Diplomatic Hotel, onde estavam hospedados.
Com "violência feroz", ele bateu nela e abusou sexualmente dela em pelo menos seis ocasiões, segundo a advogada. Uma hora depois, Jegou entrou e "começou com os mesmos atos de forma selvagem", acrescentou.
Se forem considerados culpados, os acusados podem pegar até 20 anos de prisão, embora a pena de Auradou possa ser mais longa porque a sua acusação inclui a repetição do crime, explicou uma fonte da acusação.
R.Abate--IM