Il Messaggiere - Motim carcerário no Equador deixa dois detentos mortos e quatro feridos

Motim carcerário no Equador deixa dois detentos mortos e quatro feridos
Motim carcerário no Equador deixa dois detentos mortos e quatro feridos / foto: MARCOS PIN - AFP

Motim carcerário no Equador deixa dois detentos mortos e quatro feridos

Ao menos dois presos morreram e outros quatro ficaram feridos em um motim registrado na quarta-feira (27) em um presídio na cidade equatoriana de Guayaquil, de onde fugiu, em janeiro, o temido líder de uma das maiores organizações criminosas do país, informaram as autoridades nesta quinta (28).

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"Até o dia de hoje, temos como resultado disso (a rebelião) duas pessoas privadas de liberdade falecidas e quatro feridas", disse à imprensa o general Victor Herrera, chefe da polícia em Guayaquil (sudoeste).

Anteriormente, o vice-ministro da Segurança, Lyonel Calderón, havia dito ao canal Teleamazonas que o motim havia deixado um morto e quatro feridos.

"Temos que esperar que termine a revisão completa de todo o centro penitenciário", acrescentou, o que inclui "um controle de armas, munições e explosivos" no presídio que abriga 4.400 detentos.

Calderón insistiu em que a rebelião estava "completamente controlada" no presídio Regional de Guayaquil (sudoeste), de onde fugiu Adolfo 'Fito' Macías, líder da organização Los Choneros, uma das principais quadrilhas do país, no início de janeiro.

A fuga de 'Fito', que cumpria desde 2011 uma pena de 34 anos por crime organizado, narcotráfico e assassinato, desencadeou uma guerra entre os traficantes e o Estado, que deixou dezenas de mortos no início do ano, além de ataques à imprensa, explosões e mais de 200 sequestros temporários. Os atos de violência levaram o governo a militarizar as prisões e as ruas.

"Retomamos o controle do Centro de Reabilitação Social 4. Agradeço a coragem do bloco de segurança que, em uma operação profissional, urgente e de larga escala, mobilizada pelas forças de segurança, neutralizou a revolta antes de uma possível escalada", afirmou o presidente Daniel Noboa na rede X.

- Bases para a segurança -

Jornalistas da AFP ouviram explosões e viram chamas dentro do presídio, um dos quatro que formam um grande complexo penitenciário em Guayaquil, que tem sido palco de massacres entre criminosos de quadrilhas rivais.

Na manhã desta quinta-feira, cerca de 200 familiares de detentos queimaram pneus para interromper momentaneamente a circulação de veículos nos arredores do presídio devido a supostos maus tratos dos militares aos presos, o que teria motivado a rebelião.

As penitenciárias equatorianas são centros de operações e campos de batalha de vários grupos de narcotraficantes vinculados a cartéis internacionais. Desde 2021, os constantes confrontos entre estas quadrilhas rivais deixaram mais de 460 mortos.

Por iniciativa do presidente, no cargo desde novembro passado, os equatorianos irão às urnas em 21 de abril para decidir, em um referendo popular, medidas para enfrentar a situação, tais como se militares devem apoiar a polícia no combate à criminalidade sem um estado de exceção, a autorização de extradição de equatorianos ligados ao crime organizado e o aumento das penas para terrorismo e narcotráfico.

Em um ato de entrega de casas na cidade de Penipe (sul andino), Noboa manifestou que o referendo "permitirá estabelecer as bases da segurança, da paz e do desenvolvimento".

- Militares nas ruas -

O presidente também declarou o país em conflito armado interno e tachou cerca de 20 grupos de "terroristas" e "beligerantes", como medida para contê-los.

Situado entre o Peru e a Colômbia, os maiores produtores de cocaína do mundo, o Equador se tornou, há anos, um centro logístico para o envio da droga aos Estados Unidos e à Europa.

As quadrilhas disputam violentamente as rotas para o tráfico, o que elevou a taxa de homicídios de 6 por 100.000 habitantes em 2018 para o recorde de 46 por 100.000 em 2023.

O governo sustenta que sua ofensiva contra o crime reduziu os homicídios de 28 por dia na primeira semana de janeiro a 11 depois de duas semanas.

"Combatemos os narcoterroristas que outros acobertaram com sua inoperância", disse o presidente, afirmando que as Forças Armadas "estão nas ruas e precisamos que continuem apoiando o controle da segurança".

Nos últimos dias, viu-se um novo surto de violência, segundo analistas, com o assassinato a tiros da prefeita mais jovem do Equador juntamente com um colaborador.

Um soldado também morreu e outros três ficaram feridos em uma emboscada contra uma patrulha militar. A polícia precisou evacuar um estádio onde era disputado um jogo de futebol profissional devido a uma ameaça de bomba no estacionamento.

C.Abatescianni--IM