Guerrilha do ELN é responsável pelo sequestro do pai de Luis Díaz na Colômbia
A guerrilha do Exército de Libertação Nacional (ELN), atualmente em negociações de paz na Colômbia, é responsável pelo sequestro do pai do jogador Luis Díaz, informou o governo colombiano nesta quinta-feira (2).
O sequestro "foi perpetrado" no sábado, no departamento de La Guajira (norte), "por uma unidade pertencente ao ELN", afirmou em um comunicado Otty Patiño, representante do governo na negociação com o maior grupo rebelde do continente.
Luis Manuel Díaz, conhecido no povoado indígena de Barrancas como 'Mane', foi sequestrado junto com sua esposa, Cilenis Marulanda, quando estavam em um posto de gasolina.
Cilenis foi libertada horas depois, quando homens do exército e da polícia realizavam uma operação por terra e ar para localizar o casal em uma região desértica e próxima à fronteira com a Venezuela.
Segundo as autoridades, os sequestradores não fizeram contato com a família para pedir dinheiro em troca da libertação do pai do jogador do Liverpool e da seleção colombiana, que ainda não se manifestou publicamente sobre o assunto e recebeu apoio da Fifa e outras entidades do futebol mundial.
"Exigimos do ELN que liberte de forma imediata o senhor Luis Manuel Díaz e lembramos que é de sua inteira responsabilidade garantir sua vida e integridade", acrescenta Patiño no comunicado.
O procurador-geral da Colômbia, Francisco Barbosa, disse recentemente que 'Mane' poderia estar em território venezuelano. A polícia não corroborou esta informação, mas alertou as autoridades do país vizinho.
Nessa região isolada, epicentro do contrabando, também estão presentes os dissidentes da guerrilha das Farc que não aceitaram o acordo de paz de 2016, bem como grupos paramilitares e gangues de crimes comuns.
O ELN não assumiu a responsabilidade do sequestro em seus canais de comunicação. Os rebeldes armados estão em cessar-fogo com o poder público desde o dia 3 de agosto. A trégua é monitorada pela ONU e outros órgãos internacionais.
O presidente da Colômbia, Gustavo Petro, tenta desarmar através do diálogo os rebeldes, que desde 1964 desafiam o Estado e se financiam com resgates pagos pela libertação de sequestrados, extorsão, narcotráfico e mineração ilegal.
A Colômbia é um país afligido por seis décadas de conflitos armados que já fizeram 9,5 milhões de vítimas, 38.028 delas sequestradas.
O.Esposito--IM