Começa julgamento de líderes dos protestos de caminhoneiros que paralisaram Ottawa
O julgamento de dois líderes dos protestos de caminhoneiros que paralisaram a capital canadense e interromperam o comércio no país no ano passado teve início nesta terça-feira (5).
O autodenominado Comboio da Liberdade, que inspirou manifestações semelhantes em outras partes do mundo, chegou a Ottawa no começo de 2022, em protesto contra as normas de vacinação na pandemia.
Após três dias de turbulência, o primeiro-ministro do Canadá, Justin Trudeau, recorreu a poderes de emergência invocados raramente para expulsar os manifestantes estacionados no centro da cidade, uma medida que opositores e grupos de defesa das liberdades civis consideraram excessiva.
Tamara Lich e Chris Barber, organizadores do comboio, enfrentam, agora, acusações de danos contra a propriedade, obstrução da polícia, convite para cometer atos prejudiciais e intimidação do Parlamento.
"A questão central será determinar se as ações de dois dos organizadores de um protesto pacífico deveriam justificar uma sanção criminal", expressaram os advogados de ambos.
Os promotores informaram que irão convocar dezenas de testemunhas durante o julgamento, de 16 dias, incluindo policiais e funcionários municipais. Também irão apresentar provas de que Tamara e Barber incentivaram os protestos em Ottawa e ignoraram as ordens de retirada, mesmo depois que o governo federal invocou a Lei de Emergência.
Muitos moradores de Ottawa se queixaram do barulho incessante de buzinas e de assédio durante os protestos.
Tamara e Barber podem ser condenados a mais de 10 anos de prisão. Quase 200 pessoas foram presas quando a polícia conseguiu desocupar a área do protesto.
N.Baggi--IM