Autoridades espanholas esperam que incêndio em Tenerife se estabilize em poucos dias
O presidente do governo espanhol, Pedro Sánchez, e as autoridades das ilhas Canárias demonstraram, nesta segunda-feira (21), ter esperanças de que o enorme incêndio que em menos de uma semana destruiu milhares de hectares na ilha de Tenerife se estabilize nos próximos dias.
"Esperamos que a meteorologia nos ajude para poder definitivamente nas próximas horas, nos próximos dias, dar o incêndio como estabilizado", disse Sánchez em uma visita ao arquipélago atlântico, ao apontar que "as próximas horas vão ser muito importantes".
Sánchez também anunciou que o governo irá declarar zona de catástrofe natural no local do incêndio, a fim de agilizar recursos para a população afetada, ao assegurar que Madri "vai se envolver (...) nos trabalhos de reconstrução".
A visita do chefe de governo à região nordeste de Tenerife ocorreu em um momento no qual as autoridades locais se mostravam relativamente otimistas sobre a evolução do incêndio.
"Provavelmente, em muito pouco tempo" o incêndio poderá ser dado como "estabilizado", disse em coletiva de imprensa um encarregado dos serviços de emergência das Canárias, Federico Grillo, segundo quem isto dependerá da evolução das chamas nesta segunda, o que até o momento "não é ruim".
Na tarde desta segunda, parte das mais de 12.000 pessoas evacuadas puderam voltar para suas casas.
As autoridades recomendaram o uso de máscara aos moradores da região por causa da fumaça.
No total, já foram queimados 14.878 hectares em Tenerife, a maior das sete ilhas das Canárias.
A área destruída pelo incêndio, um dos piores registrados no arquipélago, corresponde a 7,3% da extensão total de 203.400 hectares da ilha.
Mais de 600 bombeiros combatem as chamas, ajudados por 22 unidades aéreas, informou nesta segunda a Proteção Civil, que destacou que 12 municípios foram afetados.
- Incêndio criminoso? -
Perguntado sobre a origem do incêndio, o presidente regional das Canárias, Fernando Clavijo, disse à televisão pública TVE que o fogo foi "provocado", apesar de não ter dado mais detalhes, e se perguntou "como alguém pode ser tão ruim e tão sem cabeça para pôr a vida de tantas pessoas em perigo".
Consultada pela AFP, a Guarda Civil das Canárias, no entanto, não confirmou a hipótese de um incêndio premeditado. "Continuamos investigando (...) Há muitas probabilidades de que seja isso, mas não se descarta nada" ainda, disse um porta-voz.
O incêndio começou em meio às duas ondas de calor na ilha, que tem muitas áreas secas, o que aumenta o risco de incêndios florestais.
Segundo os especialistas, os fenômenos meteorológicos extremos se intensificaram recentemente devido à mudança climática, o que tem provocado ondas de calor e períodos de seca cada vez mais frequentes, prolongados e intensos.
Em 2022, o país sofreu 500 incêndios que destruíram mais de 300.000 hectares, segundo o Sistema Europeu de Informação sobre Incêndios Florestais (Effis).
De acordo com o Effis, ao longo do ano, quase 76.000 hectares foram destruídos por 340 incêndios nesse país.
R.Abate--IM