Il Messaggiere - Cuba protesta contra presença de submarino nuclear dos EUA em Guantánamo

Cuba protesta contra presença de submarino nuclear dos EUA em Guantánamo
Cuba protesta contra presença de submarino nuclear dos EUA em Guantánamo / foto: Paul HANDLEY - AFP

Cuba protesta contra presença de submarino nuclear dos EUA em Guantánamo

O governo de Cuba expressou, nesta terça-feira (11), seu "repúdio categórico" à "presença provocativa", na semana passada, de um submarino de propulsão nuclear dos Estados Unidos na base naval americana de Guantánamo, leste da ilha.

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A chancelaria cubana "repudia categoricamente a entrada na baía de Guantánamo, em 5 de julho de 2023, de um submarino de propulsão nuclear que permaneceu até 8 de julho na base militar americana", informou em um comunicado.

A entidade considerou que se trata de uma "escalada provocativa dos Estados Unidos, cujos motivos políticos ou estratégicos são desconhecidos". Alertou, também, para o "perigo representado pela presença e circulação de submarinos nucleares" perto da região do Caribe.

Questionado hoje, em Washington, sobre a denúncia de Cuba, o porta-voz do Departamento de Estado americano, Matthew Miller, limitou-se a reiterar a posição que o Pentágono expressou ontem sobre o tema: "Seguiremos voando, navegando e movendo ativos militares onde for apropriado fazê-lo segundo o direito internacional".

A denúncia ocorre após a aproximação política entre Havana e Moscou nos últimos meses, e um anúncio recente sobre o desenvolvimento de projetos conjuntos em diversas áreas, incluindo "o campo técnico-militar".

Também sucede as alegações de Washington de que a China operava uma unidade de espionagem em Cuba há anos e que a atualizou em 2019, o que foi negado pelo Governo da ilha.

Precisamente, nesta terça-feira, chegou ao porto de Havana um navio-escola Perekop, da Marinha da Rússia, para "uma visita oficial" que se estenderá até a próxima quinta-feira, segundo a televisão cubana.

As tensões entre Estados Unidos e Cuba tiveram o seu ápice em outubro de 1962, após o governo americano denunciar a presença de mísseis atômicos na nação insular instalados pela União Soviética.

A resposta foi um bloqueio total imposto à ilha por Washington, o que se traduziu em severas sanções econômicas vigentes até os dias de hoje.

Cuba tem repetidamente exigido a devolução dos 117 quilômetros onde está localizada a base, tomada pelos Estados Unidos desde 1898, após a guerra de independência cubana contra a Espanha.

Desde 2002, os EUA utilizam a base de Guantánamo como uma prisão para detidos da "guerra ao terror" após os ataques de setembro de 2001. No entanto, a unidade prisional é frequentemente denunciada por violações dos direitos humanos, detenções ilegais e tortura.

C.P.Ajello--IM