Il Messaggiere - Líder de Hong Kong diz que ativistas procurados devem desistir ou viver 'com medo'

Líder de Hong Kong diz que ativistas procurados devem desistir ou viver 'com medo'
Líder de Hong Kong diz que ativistas procurados devem desistir ou viver 'com medo' / foto: Peter PARKS - AFP

Líder de Hong Kong diz que ativistas procurados devem desistir ou viver 'com medo'

O chefe do Executivo de Hong Kong, John Lee, fez um apelo nesta terça-feira (4) a oito ativistas no exterior para que se entreguem depois que a polícia local anunciou uma recompensa por sua captura pela acusação de violação da lei de segurança nacional.

Tamanho do texto:

A polícia de Hong Kong ofereceu um milhão de dólares de Hong Kong (US$ 127.000, R$ 607.000) por informações sobre oito famosos ativistas pró-democracia que vivem no exterior, acusados de crimes como subversão e conluio com governos estrangeiros.

Lee afirmou nesta terça-feira que apoia a ação policial e a oferta de recompensas, ao mesmo tempo que fez um apelo para que os ativistas se entreguem às forças de segurança.

"A única maneira de acabar com o destino de fugitivos que serão procurados por toda vida é é render-se", disse Lee à imprensa, antes de acrescentar que, de outra forma, "passarão os dias com medo".

Os oito fugiram de Hong Kong depois que Pequim impôs em 2020 uma ampla lei de segurança à cidade para aplacar a dissidência após as grandes, e em alguns momentos violentas, manifestações pró-democracia de 2019.

Lee pediu à população que ajude a polícia e disse que até "parentes e amigos" dos ativistas podem ser informantes.

A medida foi criticada por Estados Unidos, Reino Unido e Austrália, países onde residem alguns dos ativistas procurados.

O porta-voz da diplomacia americana, Matthew Miller, condenou a promessa de recompensas como parte dos "esforços de repressão transnacionais" da China e pediu a retirada da oferta.

"A aplicação extraterritorial da lei de segurança nacional imposta por Pequim estabelece um precedente perigoso que ameaça os direitos humanos e as liberdades fundamentais dos cidadãos de todo o mundo", afirmou em um comunicado.

O ministro britânico das Relações Exteriores, James Cleverly, declarou que o país não vai tolerar "as tentativas da China de intimidar e silenciar indivíduos no Reino Unido e no exterior".

"O Reino Unido sempre defenderá o direito universal à liberdade de expressão", acrescentou.

- "Interferência grosseira" -

A embaixada da China em Londres acusou o Reino Unido de oferecer "abertamente proteção aos fugitivos", medida que criticou como uma "interferência grosseira" nos assuntos internos de Hong Kong e da China.

A decisão das autoridades de Hong Kong "é constitucional e legal, assim como está de acordo com a opinião pública", acrescentou.

Questionado sobre as críticas no exterior, John Lee argumentou que sua cidade não é a única a dispor de um lei de segurança nacional que pode ser aplicada a nível internacional.

"Não tenho medo de nenhuma pressão política imposta sobre nós porque fazemos o que acreditamos ser o correto", disse Lee.

O grupo de oito ativistas procurados inclui os ex-legisladores pró-democracia Nathan Law, Ted Hui e Dennis Kwok.

Os demais integrantes são o sindicalista veterano Mung Siu-tat e os ativistas Elmer Yuen, Finn Lau, Anna Kwok e Kevin Yam.

F.Lecce--IM